Ao invés da pilcha gaúcha, do cavalo e do gado, o chapéu de palha e o ronco dos tratores cortam o silêncio dos verdes campos que ficam situados aos pés do Cerro de Palomas, maior cartão postal da Fronteira da Paz. Uma visão que enche os olhos, são os parreirais estendidos pelo pampa gaúcho que produz uma das melhores uvas do país para a produção de vinhos finos. É tempo de vindima na vinícola Almadén/ Miolo que ainda se mantém com o título de maior vinhedo do Brasil com cerca de 450 hectares plantados em Sant’Ana do Livramento.
Este é o campo que emprega, que produz a passos largos e que segue sendo o motor do agronegócio brasileiro. Para se ter uma ideia, somente para essa safra a vinícola Almadén contratou 150 funcionários temporários, fora os efetivos que juntos somam 220 trabalhadores envolvidos na safra em Livramento. Com uma colheita, parte mecanizada e parte manual, o trabalho iniciou no dia 15 de janeiro com o teste do maquinário e na segunda-feira (18) com a colheita propriamente dita.
Segundo o gerente operacional da unidade, Fabrício Domingues, a vinícola tem colhido cerca de 100 mil quilos por dia. “Essa é a nossa média. Metade disso é manual e a outra com a máquina. Até agora nós colhemos três variedades e segue conforme a maturação das uvas. A nossa ideia é colher desses 450 hectares cerca de 4 milhões e meio de quilos de uva, 10 toneladas por hectare que é uma quantidade boa para a produção de vinhos. Aqui no vinhedo ficam trabalhando aproximadamente 170 pessoas e o restante fica na cantina, manutenção e administrativo.
Dominguez destaca que, se por um lado 2020, foi um ano muito difícil para alguns setores, para a vinícola foi de excelência pelos recordes de produção e comercialização de vinhos. Já a expectativa para 2021 segue em busca de mais um recorde. “ A ideia é, no ano que vem, adquirir mais uma máquina para colheita e expandir o nosso vinhedo. Por incrível que pareça, no ano passado com toda essa questão da Covid, quando se achava que estava tudo perdido o mundo do vinho foi bem ao contrário. Nunca se tomou tanto vinho. Inclusive a gente estava com a ideia de reduzir o nosso vinhedo e agora, pelo contrário, queremos expandir e investir aqui na região”.
