O furto abigeato é um dos grandes problemas históricos enfrentados pelos produtores rurais, embora essa prática venha sendo combatida pelas forças de segurança por meio de fiscalizações, operações e ações pontuais que desarticulam as quadrilhas que estão cada vez mais organizadas. Um crime de difícil elucidação por vários motivos, seja pelas distâncias percorridas, demora nos registros de ocorrência, falta de informações, entre outros.
Diante deste fato, o governo do estado do Rio Grande do Sul criou, em 2016, uma força-tarefa que resultou na implantação de delegacias especializadas em abigeato e crimes rurais, as (DECRABs). Para se ter uma ideia, produtores rurais registraram neste ano 4.659 ocorrências de abigeato no Rio Grande do Sul. Segundo indicadores da Secretaria da Segurança Pública, o número, atualizado até 7 de dezembro, representa uma queda de 55,5% na comparação com os 10.478 registros feitos em 2016. As Decrabs estão instaladas em Bagé, Santiago, Cruz Alta e Camaquã.
Já em Sant’Ana do Livramento, a Brigada Militar por meio da Patrulha Rural, a Polícia Civil e o setor de investigação de abigeato e a Policia de Rivera, com o apoio dos produtores seguem fazendo o monitoramento das atividades dos criminosos, nas chamadas “zonas quentes” que são localidades onde este tipo de crime ocorre com mais frequência, como o caso da linha divisória.
A reportagem do Jornal A Plateia conversou com uma produtora da região da Coxilha Negra que, neste mês de dezembro, teve mais de 40 ovelhas furtadas. “A coisa está muito séria. E ninguém quer falar por medo de represálias, pois há uns anos atrás até colocaram fogo na casa de um produtor que eles (criminosos) tinham roubado. E ficou por isso mesmo, nunca se soube quem foi. A gente fica apreensiva, porque são pessoas pobres que dependem da sua produção pra viver. Depois que roubaram parte dos nossos animais, nós vendemos o resto das ovelhas e terminamos com a criação, de medo de perder tudo”, comenta.
Segunda a delegada Giovana Muller, da Polícia Civil, é muito importante o registro policial e o contato imediato com as autoridades. “Nestes casos específicos dos furtos, ali na região da Coxilha Negra, a nossa equipe foi notificada e foi até o local, pois, uma das vítimas registrou ocorrência e imediatamente a nossa equipe do abigeato esteve no local fazendo diligências e se constatou que os animais foram encaminhados para Rivera. Isso é uma prática muito comum naquela região, o que dificulta a apuração do crime. Inclusive na semana passada recebemos uma denúncia de que um gado de origem uruguaia estava do lado brasileiro e a nossa equipe também, prontamente, esteve lá no local, fez a verificação e constatou que a denúncia não procedia. Isso mostra que nós estamos atuando, fazendo essas averiguações e indo até os locais para poder apurar a materialidade desses fatos”, comenta.
A Delegada ainda comenta que em 2020 aconteceram algumas mudanças na equipe, e reaparelhamento de uma viatura especifica para o setor, além do fornecimento de um número para denúncias que é o (55) (9) 8428 – 0334 que fica disponível 24 horas.
Dois homicídios em pouco mais de 24h na Fronteira da Paz
Desta vez o crime aconteceu na cidade de Rivera/UY, nesta quarta-feira (25), feriado natalino