Na noite de quarta-feira (16), Sant’Ana do Livramento registrou mais uma denúncia de abuso sexual contra uma criança. Desta vez, uma menina de cinco anos buscou socorro na casa de vizinhos após fugir de casa, onde disse que teria sido abusada pelo próprio pai. Os vizinhos acionaram a Brigada Militar que, ao chegar no endereço informado, tentou abordar o acusado. O homem resistiu e investiu contra as guarnições insultando e ameaçando os policiais.
O pai da menina, que já possuía passagens policiais, foi preso por resistência e ameaça. A criança foi levada ao hospital para ser submetida à avaliação médica e o caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). O caso aconteceu no Bairro Morada da Colina e deve ser investigado pela Polícia Civil e acompanhado pelo Conselho Tutelar.
O que impressiona é que, na grande maioria dos casos, o autor de crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes é uma pessoa da família ou próxima dela. Essa espécie de padrão já foi constatado, inclusive pelas autoridades e para entender se isso ocorre ou não e qual é o possível perfil de um abusador, a Reportagem do jornal A Plateia procurou a psicóloga e perita judicial da área criminal, Cinthya Lopez.
A psicóloga confirmou a avaliação feita pelas autoridades. “Uma das características mais importantes é que, basicamente, ele está imerso na situação intrafamiliar. […] São pessoas dentro da família, porque são pessoas que têm contato com a criança e que geram a confiança na criança. […]. É um comportamento intrafamiliar, o que faz mais difícil o diagnóstico. Inclusive, às vezes, porque essa pessoa que está violentando é quem sustenta economicamente a casa”, explicou.
Cinthya completou dizendo que após ganharem a confiança, os abusadores cometem o crime e, para manter a vítima controlada, passam a fazer ameaças. “Dizem que vão matar a mãe, a irmã, que vão fazer coisas ruins. Então, geram na criança um profundo sentimento de culpa. A vítima acaba misturando aquilo que está acontecendo, que, geralmente, é o único momento em que a criança recebe amor e afeto, então ela vincula isso a coisas legais com a culpa que aquilo gera. Porque, se a pessoa está pedindo sigilo, quer dizer que aquilo está errado. Então é uma mistura muito grande dentro do emocional da vítima que acaba traumático”.
Quanto às formas de combater e evitar esse tipo de crime, a psicóloga alerta: “A gente tem que ensinar as crianças. A educação sexual é preventiva. Claro que não vai se falar com uma criança de quatro anos como se fala com um adolescente, mas a chave para evitar os abusos é a gente ter uma boa educação com as crianças, um bom entendimento educativo”.
Dois homicídios em pouco mais de 24h na Fronteira da Paz
Desta vez o crime aconteceu na cidade de Rivera/UY, nesta quarta-feira (25), feriado natalino