A Alianza del Pastizal é uma iniciativa em conjunto entre produtores rurais e parceiros institucionais ligados à conservação ambiental, num esforço conjunto para promover a adoção de modelos de produção sustentável no Bioma Pampa. Hoje, a Alianza del Pastizal atua no Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. Importante salientar que o termo conservação traz o significado de produzir preservando o meio ambiente e sua biodiversidade. Por isso, traz o conceito de harmonizar produção e conservação.
A Alianza del Pastizal possui protocolo para certificação de propriedades rurais, onde as mesmas devem apresentar no mínimo 50% de campo nativo, sistema produtivo livre de confinamento e avaliada as condições de bem-estar animal. As certificações são realizadas por técnicos capacitados e credenciados para esta certificação.
As propriedades certificadas Alianza, por meio de parcerias institucionais são contempladas com informações técnicas para o manejo e melhoramento do campo nativo, buscando a maior eficiência da atividade pecuária. A Alianza atua com conceito de Unidades Demonstrativas, onde uma propriedade privada atua como polo de difusão tecnológica, por meio de dias de campo para compartilhamento de informações. Atualmente, além do modelo de Unidades Demonstrativas, está montando um projeto para produtores-membros com intuito de levar consultorias técnicas e gerenciais para o aperfeiçoamento da produção pecuária em pastagens nativas do pampa, com práticas sustentáveis, bem como estruturação do planejamento financeiro e gestão das propriedades.
Além disso, a Alianza del Pastizal tem um programa de carne certificada, onde os produtores-membros (que estejam de acordo com o Protocolo de Certificação de Estabelecimento Rural) recebem, nos animais vendidos para o programa de carne da Alianza del Pastizal, bonificação de até 2%, além das bonificações normais do frigorífico, conforme critérios de idade, raça e acabamento. A partir deste ano, equipe da Alianza conta com um núcleo de negócios para promoção comercial e análise de mercados para outros produtos alinhados à conservação dos campos, além da carne bovina, como mel, azeite, vinhos, ovinos, etc.
Com essas ações e proposta de trabalho, buscamos aliar produção pecuária com a conservação do Bioma Pampa e sua biodiversidade.
Projeto PRÓ APA Sustentável – APA do Ibirapuitã
O projeto tem como principal objetivo a redução da degradação da biodiversidade em áreas prioritárias de campos nativos dentro da APA de Ibirapuitã (RS) em Sant’Ana do Livramento, Alegrete, Quaraí e Rosário do Sul através do combate direto e prevenção da invasão do capim annoni (Eragrostis plana) e controle populacional de javalis (Sus scrofa).
Essa iniciativa já vem pleiteada há algum tempo por parte do ICMBio, através da Unidade de Conservação da APA do Ibirapuitã e acabou sendo contemplada pelo recurso liberado pelo GEF Terrestre (Fundo Global para o Meio Ambiente), que tem o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento como agência implementadora e o FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) como executor financeiro. Esse recurso está atendendo três projetos no Bioma Pampa e outros projetos nos Biomas Caatinga e Pantanal.
O Projeto está em fase de implementação, já foram feitas as primeiras análises das possíveis áreas a serem trabalhadas, tanto para o capim Annoni quanto para o javali. Em relação ao Capim Annoni, o projeto visa atender aproximadamente 20 propriedades rurais, distribuídas em 6 núcleos, contemplando os quatro municípios que compõem a APA do Ibirapuitã, os dados iniciais foram retirados de um estudo desenvolvido pela EMBRAPA Pecuária Sul (Bagé), com ajuda do Eng. Agrônomo e Prof. Naylor Perez e UNIPAMPA (Bagé) com o Alexandro Goularte, que fizeram um trabalho de compilação de fotos tiradas via satélite com o melhoramento em softwares de precisão óptica. Com o javali, o estudo está sendo desenvolvido com ajuda do ICMBio, na pessoa do Gestor e Chefe da Unidade de Conservação, Raul Paixão e com a equipe técnica. Serão implantadas 30 jaulas/armadilhas, espalhadas conforme os dados obtidos a campo.
As equipes técnicas que farão o controle e combate das espécies invasoras estão em fase final de contratação. Após confirmadas as áreas prioritárias, a coordenadoria do projeto, junto com as equipes técnicas farão contato com os produtores que tiverem interesse em participar do projeto e consequentemente inicia as instalações das práticas de controle e combate.