qui, 21 de novembro de 2024

Variedades Digital | 16 e 17.11.24

Quero sair de casa!

Gilberto Jasper – Jornalista / [email protected]

Li, em algum lugar, que mais de 70% das pessoas que trabalhavam em casa – e gostavam da novidade – mudaram de ideia depois de oito meses de confinamento. Isso não causa estranheza. Afinal era algo diferente, formato de atividade que povoou nossa imaginação há muito tempo. Ouviu-se muito sobre esta possibilidade tornar-se rotina, mas jamais experimentamos na prática esta revolução das relações de trabalho.
Estou desde 20 de março em casa. Mantenho uma jornada de 12 a 14 horas de trabalho por dia. Graças ao maldito celular é impossível para um curioso e ansioso ficar distante das notícias. Na semana passada, pela primeira vez, resolvi “tirar um ronco” no meio da tarde. Estava exausto. Fechei as cortinas, levei meia hora para relaxar e usufruir de uma das poucas coisas boas de levar trabalho para casa.
Para espanto da minha filha dormi por quase três horas. Incrivelmente despertei sem a consciência pesada. Ela confessou que temeu que tivesse herdado meus boletos e dívidas, mas despertei. Até à noite fiquei meio anestesiado, um dos motivos porque não cultivo o hábito de sestear.
Milhões de brasileiros estão em prisão domiciliar há quase um ano. O retorno te sido uma montanha-russa. O abre e fecha, libera e restringe. Toda a esperança reside na milagrosa vacina, salvadora que permitirá a volta ao “normal”. As festas de fim de ano vêm aí, seguidas das férias de verão, fuga em massa para as praias, aglomeração. O justo descanso para que sofreu como nunca em 2020. Mas será que isso vai acontecer?
Gosto de gente, de conversar, trocar ideias, circular por vários lugares. Minha paciência está no limite e faço do trabalho uma fuga. Não imagino trabalhar em outra atividade, mas jornalismo é absorvente, principalmente para um curioso ansioso.
Especialistas garantem que milhões de trabalhadores deixarão de se desloca todos os dias para seus empregos, fixando a residência como escritório. O home office chegou antes do previsto sem a necessária adaptação. Os próximos meses são de expectativa, mas não acredito em alterações substanciais da rotina. Os riscos são elevados, ainda há muitos casos, óbitos e incertezas que não podemos ignorar.
Infelizmente acho que continuaremos mascarados, com medo. E o pior: distantes dos amigos, do chope e do churrasco. Também ficaremos privados dos beijos e dos abraços tão comuns em nossa rotina. Não poderemos manifestar o nosso afeto com familiares, amigos, colegas.
É muito difícil prever as consequências psicológicas advindas desta pandemia inédita para a nossa geração. Mas o que já estamos vendo é assustador, inédito, devastador. São as doenças mentais – alcoolismo, depressão, suicídios – cujas estatísticas estão sendo escondidas. Por enquanto. Uma situação preocupante!

Notícias do dia por Germano Rigotto

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Zucco aciona Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra Janja e Paulo Teixeira

Deputado quer que governo analise e aplique as devidas sanções sobre xingamento de primeira-dama contra Elon Musk e manifestação de ministro apoiando a declaração O deputado federal Zucco (PL-RS) protocolou, nesta terça-feira (19), requerimento na Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República, para que o órgão analise a conduta da primeira-dama Rosângela Lula da Silva e do ministro