Atualmente, Sant’Ana do Livramento conta com 17 pessoas com o vírus Covid-19 ativo e outras 28 aguardam o resultado dos testes. O alto número de pacientes em análise deve-se, segundo a Coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Gabriela Formoso, ao represamento natural das amostras durante o final de semana, quando o material não é processado porque o laboratório não funciona. Mesmo assim, Gabriela comenta que Livramento encontra-se em uma situação que pode ser considerada como estável. Ao todo, mais de 6 mil pessoas já foram testadas na cidade, agora, o trabalho das autoridades é no sentido de manter os números da doença em declínio.
Do outro lado da fronteira, na vizinha cidade de Rivera, o cenário é um pouco diferente. Há alguns meses, enquanto Livramento registrava uma curva ascendente no número de casos, Rivera se mantinha com um pequeno grupo de pessoas infectadas. A situação parecia tão controlada no outro lado da linha que a atual intendente do departamento, Alma Gallup, chegou a declarar que os santanenses estavam levando a doença para a cidade. Atualmente, Rivera conta com 108 casos ativos da doença, o que levou a intendência declarar emergência sanitária. Frente a isso, a avaliação da Enfermeira da Vigilância Epidemiológica é de que os papéis se inverteram. “Claro que a gente continua em alerta pela situação da cidade vizinha […] que tem vários casos positivos e, a maioria dos nossos, tem relação com os positivos de Rivera. […] Ou trabalham no Uruguai, ou têm contato direto com pessoas de Rivera, mas a gente está sempre em alerta”, observou.
VACINAÇÃO
Ao redor do mundo, diversos laboratórios trabalham para entregar o mais rápido possível uma vacina segura e eficaz contra o novo Coronavírus, mas, mesmo as mais avançadas pesquisas, ainda estão na fase de testes. Por outro lado, enquanto a vacina contra o Covid não é anunciada, o cuidado com outras condições e doenças deve ser mantido, principalmente com os pequenos. Neste sábado (17), iniciou em todo território nacional a campanha de multivacinação e também contra a poliomielite.
Adolescentes de até 15 anos podem comparecer aos postos de saúde para completarem a sua caderneta de vacinação. Já as crianças de um a quatro anos, 11 meses e 29 dias, devem ser imunizadas contra a polio. Ao todo, o Ministério da Saúde espera atingir a meta de 11 milhões de vacinas aplicadas. Em Livramento, mesmo com poucos dias da campanha, há uma preocupação em relação aos números, como explica a Enfermeira Raquel Levy. “Na verdade, nós temos que atingir a meta de 95% de cobertura vacinal e, no momento, nós atingimos apenas 30%. Nós solicitamos àquelas pessoas que não puderam ir no sábado fazer o reforço da polio, que nos temos até o dia 30 de outubro para aumentar essa cobertura vacinal”.
Um dos fatores apontados por Raquel para que os pais não estejam levando seus filhos para serem vacinados, é o medo de contágio pelo Coronavírus. “Eu creio que muitas pessoas ainda têm um pouco de medo em razão da pandemia”. Em sua fala, a Enfermeira destacou que todos os cuidados estão sendo tomados em todos os postos, com o uso de equipamentos de proteção individual, por parte dos colaboradores, e a higienização de todas as salas de vacinação. “Que a população não tenha medo de levar as crianças, porque a gente precisa fazer essa cobertura para que as crianças façam esse reforço que é muito importante”, destacou.