Especialistas nacionais e internacionais apontaram questões, soluções e deram destaque e relevância para o principal caminho para o desenvolvimento do país: a educação
Gustavo afirmou ser movido pelo mantra “estudar sempre, aprender mais e ensinar melhor”. Para o professor, falar em inovação na educação sem focar nas pessoas não provoca mudanças verdadeiras. A real inovação é a somatória de generosidade, gratidão e inspiração e enquanto o processo educacional estiver baseado em usar o mesmo conteúdo, do mesmo jeito, não será inovador. O papel do professor é promover transformações e muito se fala em tecnologia e novas ferramentas como a grande novidade. “Educar é sobre pessoas e não sobre dispositivos. A educação verdadeiramente inovadora se sustenta sobre atividades relacionais”, afirmou. Gustavo acredita que a tecnologia digital precisa ter intencionalidade, ela é ferramenta e não metodologia e por isso a necessidade de rever os processos educacionais.
O professor lembrou que por muito tempo a educação foi baseada na autoridade do professor, dava destaque e até mesmo reverência ao educador. Na sequência, deu-se destaque para o aluno, mas a inovação ocorrerá quando a educação estiver pautada na relação entre professor e aluno, no vínculo estabelecido e fortalecido que promove respostas emocionais positivas. “Quando as pessoas se entregam melhor aos processos educacionais é que aprendem mais. Volto para onde comecei: professores generosos geram alunos gratos que resulta na inspiração de estudar sempre, aprender mais e ensinar melhor”.
Filgueira questionou onde está a inovação no bombardeio tecnológico que sofremos e no paradoxo da produtividade digital que vem caindo nos últimos anos, apesar dos custos de implementação de tecnologias estarem também em queda. O que acontece? “São as novas tecnologias aplicadas em processos antigos. A inovação tem que agregar valor e no momento as ferramentas tecnológicas disponíveis não estão entregando isso. Já ganhamos produtividade e agilidade. Agora precisamos continuar ganhando, mas para isso temos que mudar os processos e agregar novas competências”, disse.
Segundo Filgueira, há um déficit grande de pessoas capacitadas e o mercado pede por isso há muito tempo. Portanto é preciso capacitar pessoas dando ênfase para não só a parte técnica, mas para as soft skills transversais como comunicação, colaboração, pensamento crítico e criatividade, aliadas às habilidades digitais. Para ele, a educação passa a ser processo com aluno agindo e interagindo e o professor como curador de um método baseado em projetos e não em módulos engessados. Aí é possível aplicar a tecnologia para que a aprendizagem seja verdadeiramente efetiva e inovadora.
Diálogos com profissionais da educação e tecnologia do Brasil e do mundo marcaram a edição do Experience Senac 2020. Entre os dias 13 e 16 de outubro, de modo 100% on-line e ao vivo no canal do Youtube do Senac-RS, o evento apresentou um diálogo por dia, com a participação de dois expoentes dos temas centrais, que abordaram os possíveis futuros para a educação.
Foram apresentados tópicos como mercado de trabalho, trabalho feminino, inovação e hibridismo na educação. Para falar, o Experience Senac 2020 contou com palestrantes de peso como José Paulo da Rosa, diretor regional do Sesc e Senac no RS, doutor e mestre em educação e referência em gestão e educação no Estado; Carolina Campos, fundadora do Vozes da Educação e pesquisadora associada do CPRE/Teachers College – Columbia University; Shane Christensen, Cônsul Geral do Consulado dos EUA em Porto Alegre; Ricardo Cappra, Cientista chefe do Cappra Institute; Lisiane Lemos, Executiva de negócios e Forbes Under 30; Kelly Gusmão, Co-founder da Warren; Vera Cabral, Diretora de Educação da Microsoft e Anna Beatriz Waehneldt, Diretora de Educação Profissional do Departamento Nacional do Senac.