Plantio do arroz inicia em Livramento com expectativa de uma boa safra

As primeiras plantadeiras de arroz já podem ser vistas nas regiões agriculturáveis do munícipio trabalhando a todo o vapor. A projeção para a safra 2021, em nível de município é boa, ainda mais dentro do cenário atual da valorização do grão que está presente na mesa de todos os brasileiros. Depois de anos sem uma suba considerável quando muitos arrozeiros trabalhavam com margem de lucro muito pequena equilibrando os custos de plantio, colheita e venda, agora o horizonte parece estar mais favorável.
Em Livramento, a expectativa é de uma semeadura de 9 mil hectares, segundo o engenheiro agrônomo Lafayte Xavier, responsável pelo escritório municipal do IRGA. “O momento é bom. Mas, faz muitos anos que a gente vem dizendo que esta valorização deveria acontecer porque muitos produtores vinham produzindo e recebendo abaixo do custo. Agora nós podemos dizer que os produtores estão com esperança que a safra seja positiva tanto em termos de rentabilidade quanto de produtividade” disse.
O município que, atualmente, tem 68 produtores de arroz, já teve o dobro em tempos passados, mas pelos motivos já apresentados, muitos acabaram abandonando a atividade e investindo em outras culturas como é o caso das lavouras de soja. Questionado sobre um possível retorno desses agricultores à atividade arrozeira, por conta do novo momento, Lafayte tem cautela ao dizer que “depois de abandonar” uma atividade deste porte que necessita muito investimento em maquinário e mão de obra, é muito difícil retornar. “Isso é um reflexo da desvalorização onde muitos agricultores deixam de plantar. O que nós podemos notar aqui em Livramento é que não vai haver um grande aumento da área, mas sim um melhor aproveitamento das terras naqueles locais onde já se plantava com um processo de produção já estabelecido. Nós temos aqui, por exemplo, um trabalho bastante consolidado com integração lavoura/pecuária onde entrou muito a questão da soja em rotação com o arroz. Mas, infelizmente, na agricultura quem para de plantar é difícil voltar. Então, quando a gente não dá valor aos nossos produtores e agricultores, estamos indo para um caminho perigoso”.
Outro fator apontado pelo agrônomo quanto à estimativa da área plantada é em relação às condições climáticas, pois alguns meteorologistas já estão alertando a possibilidade de um verão com pouca chuva e redução dos recursos hídricos. “A safra também vai depender de como vai se comportar o tempo nos próximos meses, em termos de chuvas, pois hoje nós não temos a capacidade total de irrigação das nossas lavouras, com cerca de uns 70% de capacidade hídrica. E o arroz a gente não pode plantar sem água. Neste cenário de uma possível seca, até certo ponto para o arroz é bom porque ele se beneficia com isso em termos de temperatura e luminosidade. Mas a produtividade vai depender muito dos meses daqui para a frente”.
A área com o maior número de hectares plantados do munícipio é o Upamaroti, outras regiões como o Sarandi também têm se destacado pela produtividade de suas lavouras. “Temos ainda as regiões do Ibicuí da Armada, Cerro da Cruz, Pampeiro, entre outras. Mas a produtividade depende muito da tecnologia aplicada em cada uma delas e do investimento que os produtores fazem”.