A morte de um bebê recém-nascido, nessa semana, reabriu a discussão sobre o fato de Sant’Ana do Livramento não contar com uma UTI neonatal na Santa Casa de Misericórdia, que é o único Hospital que atende pelo Sistema Único de Saúde (Sus) no município. Logo após o parto, os médicos perceberam que a criança estava cianótica, com suspeita de cardiopatia. O bebê precisava de um ecocardiograma e, consequentemente de um leito em uma Unidade de Terapia Intensiva.
Imediatamente, os técnicos da Santa Casa realizaram o cadastro do paciente na central de leitos do Estado. “É difícil conseguir vaga, porque todo o Estado também está tentando vagas em UTIs neonatal. Esse bebê estava relativamente estável, mas sabíamos que ele ia piorar. Pedimos uma vaga zero para o bebê. Acabaram fornecendo uma vaga no Hospital Santo Antonio que é uma referência para Cirurgias Cardíacas”, relata a chefe do Berçário da Santa Casa, pediatra e neonatologista Adriana Oda.
A equipe médica de Porto Alegre chegou à conclusão que o paciente precisava ser levado de avião para a Capital. Na manhã seguinte uma equipe voou de Porto Alegre a Rosário do Sul, veio de ambulância até Livramento para retornar com o paciente a cidade que fica a 100 km, de onde partiram por transporte aéreo à Capital do Estado. O bebê chegou ao Hospital sem vida.
A médica relata que foi um caso diferente e que, mesmo que a Santa Casa de Livramento tivesse uma UTI neonatal, o paciente não poderia ficar na cidade, por se tratar de uma patologia cardíaca. “Mas claro, que algumas coisas poderiam mudar, por exemplo, o acesso à medicação, o acesso à monitorização melhor, porque a gente não tinha todas as coisas para auxiliar ele aqui”, explicou Adriana.
Mensalmente, a Santa Casa de Livramento tem de três a cinco transferências de pacientes para UTIs pediátricas da região e de Porto Alegre. Enquanto isso, a direção da instituição trabalha em um projeto para tirar do papel uma unidade de cuidados intermediários, que dará aos médicos uma melhor condição de assistência aos recém-nascidos. “Estamos entrando em contato com um profissional do Hospital de São Luiz Gonzaga que nos auxiliará na estruturação desse projeto”, explica o diretor administrativo do Hospital, Luiz Arrieta.
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