*Imagem ilustrativa – Foto: Marcelo Pinto/AP
Quando os primeiros casos do novo Coronavírus (COVID-19) surgiram no Rio Grande do Sul, em março, a suspensão dos festejos da Semana Farroupilha nem era cogitada, isso porque, à época, acreditava-se que em pouco tempo o país estaria livre da pandemia. Os meses passaram e setembro, que parecia distante, já é na próxima semana e a pandemia continua sendo uma realidade. Com isso, os desfiles dos dias 7 e 20 do próximo mês foram suspensos, para evitar aglomerações e uma maior disseminação do vírus entre a comunidade.
No caso da Semana Farroupilha, diversas entidades tradicionalistas já anunciaram que não devem contar com nenhuma programação. O presidente da Comissão Organizadora dos Festejos Farroupilhas, Leonardo Soares, diz a prioridade é a saúde. “Hoje, oficialmente, nós temos três entidades que ainda continuarão. […] Eram cinco, duas já decidiram por não abrir as suas portas e acreditamos que, até a Semana Farroupilha, esse número vai ser mais reduzido”. De acordo com Soares, um dos principais fatores que impõem essa realidade às entidades são custos. “As entidades não têm esse aporte para investimento”, comenta.
Entretanto, reconhecendo a importância das comemorações para que as tradições não sejam perdidas, o presidente da Comissão diz que já existe um movimento para que algumas atividades sejam realizadas de forma virtual. “A gente está tentando criar uma Semana Farroupilha virtual, levando para quem está nas suas residências um pouco de cultura, um pouco de trova, de declamação. […] Vai ser um trabalho virtual e não presencial. Isso tudo em um local reservado, sem acesso ao público, sem aglomeração de pessoas, em uma espécie de uma live, onde, a cada dia, passe duas ou três entidades contando um pouco sua historia […] para não deixar morrer essa parte da tradição”, explica.
Quanto à distribuição da centelha da Chama Crioula, Soares afirma que as instituições que estiverem em funcionamento devem receber normalmente, o que muda é o método de entrega. Tradicionalmente buscada por representantes a cavalo, neste ano, os órgãos tradicionalistas receberão a Chama em suas sedes através da Brigada Militar (BM), que ficará responsável pelo transporte em automóveis para que não haja aglomeração. Mas, ainda em sua fala, o presidente da Comissão garantiu que o símbolo também deve permanecer na praça General Osório guardado por representantes dentro das normas de distanciamento social.