No início da manhã desta terça-feira (11), o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, concedeu uma entrevista exclusiva ao programa Jornal da Manhã da rádio RCC FM (95.3). A conversa iniciou com Leite fazendo uma avaliação sobre o programa de distanciamento controlado e sobre o combate ao novo Coronavírus. “Não é uma gestão fácil, evidentemente. Nós temos uma situação onde o Governo do Estado estabelece as regras e os municípios […] observam a sua realidade local e por isso que a gente tem trabalhado em uma lógica de migração para um modelo de cogestão com os municípios”.
Mesmo crendo que o modelo de distanciamento controlado tenha obtido sucesso durante a sua vigência, Leite projeta um benefício ainda maior para o Estado com a cogestão, onde os municípios de cada região podem definir as restrições, desde que haja, pelo menos, dois terços dos votos. Vale lembrar que as medidas estabelecidas pelos municípios não podem ser mais brandas, apenas mais rígidas do que as impostas pelo Executivo Estadual. “Podemos dar esse passo com a cogestão que vai ajudar a reduzir essa discussão entre Estado e municípios”, pontuou.
Perguntado sobre a gravidade da situação no Rio Grande do Sul, o Governador afirma que o pior momento da proliferação da doença já passou. “Temos razões para acreditar que já passamos pelo pior momento, que deverá ter sido em julho, mas a situação ainda inspira cuidados”. O que levou Leite a acreditar que o mês passado tenha sido o chamado pico da pandemia no RS foi porque o número de internações hospitalares em decorrência da Covid-19 cresceu substancialmente, principalmente no começo de julho.
Entretanto, o Governador demonstrou uma preocupação com o que chamou de “interiorização” da pandemia, que seria um grande crescimento no número de casos e internações nas regiões do interior do Estado e não mais na região metropolitana. Desta forma, Leite reforçou os pedidos de cuidado à população para evitar que “haja uma explosão de demandas”, afirmou.
Já sobre a situação da fronteira, tendo em vista as características territoriais entre Sant’Ana do Livramento e Rivera, o Governador disse ter tido apenas um contato por telefone com o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou a respeito do protocolo conjunto entre os dois países. “Tive vários contatos com o ministro da saúde do Uruguai. […] Entendemos que foi um bom caminho que nós adotamos, tivemos muita colaboração por parte do governo”, comentou. Mesmo assim, disse que desconhece o descumprimento das medidas firmadas entre os dois países, mas deve solicitar à sua equipe para que a situação seja verificada.
O Governador ainda comentou sobre a sua recuperação após ter contraído o novo Coronavírus. Disse já estar se sentindo bem e que já retomou à sua agenda de compromissos presenciais. Mesmo tendo sentido apenas alguns sintomas leves, Leite alertou sobre a gravidade da situação e reforçou a importância dos cuidados.
Já no final da entrevista, o Governador falou a respeito das novas medidas fiscais do Executivo Estadual, entre elas a devolução do ICMS à famílias de renda até três salários mínimos, que devem ser apreciadas em breve pela Assembléia Legislativa do RS. “É uma forma mais justa de cobrar o imposto e fazer com que quem ganha menos, pague menos”. Quanto às suas expectativas para a votação, o Governador se mostrou positivo.
Leite finalizou sua participação desejando que o período de pandemia passe logo e reafirmou o seu compromisso com os gaúchos. “Vamos continuar trabalhando forte aqui para que o povo gaúcho tenha a vida e a saúde preservada ao mesmo tempo o menor impacto na economia possível”, afirmou.
