O Rio Grande do Sul iniciou, no mês de junho, o Programa de Vigilância de Fronteira – Sentinela com o objetivo evitar a reintrodução do vírus da febre aftosa no estado. O aumento da presença nas fronteiras com Uruguai e Argentina tem como objetivo garantir a sanidade do rebanho de bovinos e bubalinos quando da evolução do status sanitário do estado para livre de aftosa sem vacinação.
Nesta semana, iniciou no dia 15 de julho, o bloco B que engloba os municípios de Sant’Ana Livramento, Quaraí, Barra do Quaraí e Uruguaiana. Segundo o chefe da Inspetoria de Defesa Agropecuária de Livramento, Aurélio Maia, nesta etapa o programa irá cobrir mais de 500km. “Esse bloco irá cobrir em torno de 500 km. Isso, somente na faixa de fronteira, fora toda aquela parte das estradas rurais do interior do município. Esse nosso bloco é muito importante para gente, vai pegar tanto a fronteira com o Uruguai quanto com a Argentina”.
Procedência e criados como “gado de corredor”
O estado possui, hoje, 1.200 quilômetros de fronteira, sendo 400 km só de fronteira seca envolvendo 59 municípios nas fronteiras com Uruguai e Argentina, com 64.842 propriedades rurais e rebanho de 4,4 milhões de cabeças de gado. A metodologia de trabalho prevê distribuição das equipes e gerenciamento das atividades em quatro blocos – Jaguarão, Sant’Ana do Livramento, São Borja e Santa Rosa. A primeira etapa do programa será implantada na fronteira com o Uruguai e em Jaguarão ainda no mês de junho. E a partir do mês de julho atuará de forma permanente nas outras fronteiras.
Recolhimento e apreensão de animais
Conforme a matéria de divulgação do programa Sentinela de Controle das Fronteiras, entre suas principais ações de controle e combate à circulação de animais sem guia de trânsito ou sem procedência, é importante destacar que a partir da implantação do programa, o que deverá ser feito nas próximas semanas, o chamado “gado de corredor” será recolhido pelas equipes de vigilância.
A prática de criar em corredor, ou seja, nos espaços entre cercas e rodovia, ou em qualquer lugar que não seja uma propriedade rural é irregular e traz riscos ao rebanho estadual. Por isso, os animais nesta situação serão recolhidos e caso a propriedade não seja comprovada serão destinados ao abate sanitário e a carne poderá ser doada para instituições beneficentes.
A normativa do programa Sentinela orienta os produtores rurais que possuem criação no modo “gado no corredor” que se regularize o quanto antes. A fiscalização tem como objetivo manter o controle sanitário, garantir a segurança da saúde do rebanho gaúcho. Além das abordagens de trânsito será feita a fiscalização nas propriedades, com o objetivo sanitário e de controle ao abigeato.
As equipes móveis compostas pelas fiscalização agropecuária e integrantes das forças de segurança e defesa irão atuar ao longo de toda a fronteira diariamente. Portanto, o programa orienta os produtores rurais em caso de abordagem que entenda que animais sem GTA ou propriedade, são irregulares e serão apreendidos.