Lá pelos idos de 1700, quando me separei e fiquei sozinha, com três filhos pequenos para criar, me senti tão perdida, tão sem saber como ser o esteio da família (que fique claro que, financeiramente, tive bastante suporte) eu, que até aquele momento tinha sido criada para ser a dona da casa, sustentada e amparada, e, de repente, me vejo solta, sem chão, sem … enfim.. Dizem que a dor ensina a gemer, é verdade, pois ensinou, pelo menos no meu caso. Só que, claro, precisei de ajuda (quem não precisa, de vez em quando?) e fui buscar ajuda na Psicologia. Uma psicóloga (de preferência mulher para colocar-se nos meus “sapatos”) para ouvir todas as minhas lamúrias, choramingos e me, supostamente, indicar o norte que eu deveria, realmente, tomar. Bueno, em uma das sessões (e foram várias) ela usou a palavra empatia. Eu, na época, relativamente mais ignorante do que sou agora (notem o relativamente) , achei que tal palavra tinha algo a ver com simpatia – o que não deixa de ser verdade, afinal de contas – e a utilizei em um dos meus choramingos. Ela me olhou, com um olhar, tipo “ahahaha – que ignorante, nem sabe direito o que isso significa” – claro, naquele momento eu, paciente, estava sendo julgada pelo meu conhecimento do vernáculo máter. Verdade, naquele momento eu estava empregando a palavra de maneira errada, mas eu não estava tão errada assim, já que empatia significa colocar-se no lugar de seu semelhante), como estive e continua estando em muitas situações. Por aquela expressão de riso, ironia, ou seja, lá como se traduza, eu, que já adorava Português (por mim seria chamado de Brasileiro), e sempre me preocupei em falar o mais correto possível – como pronunciar corretamente as palavras, por exemplo; e, extremamente orgulhosa como sempre fui e continuo sendo, e quero morrer sendo, fui em busca do meu conhecimento.
Erro, claro, mas a idade: ah! A idade… não traz só pelanca e decepção, também traz sabedoria – “más sabe el diablo por viejo, que por diablo”. Infelizmente, algumas características, tipo: paciência, que aliás é um exercício a ser praticado… esse, bueno, ainda não consegui. Mas, como costumo dizer: não está morto quem peleia.
Até à próxima.