Quem não conhece o quero-quero? Todos nós o conhecemos. É aquele pássaro que canta para o lado bem oposto do seu ninho para distrair e enganar os incautos. Pois é, é assim que me sinto. No Instagram posto quase que diariamente. O problema do Instagram é que ele não permite a gente se expandir. Devemos resumir em algumas, poucas e parcas palavras o que pensamos ou sentimos. Por um lado, é bom porque faz com que desenvolvamos nosso sintetizador. Nada de exageros, prolixidade ou devaneios, apenas, o essencial. Mas, ainda o canto do quero-quero.
Neste momento, ouvindo Elis “Maravilhosa” Regina cantando “Black is Beautiful”. O que isso tem a ver com o texto? Nada. Apenas o quero-quero cantando para o lado oposto (ou não).
Mas voltando ao quero-quero que engana o perigo cantando para o lado errado para proteger sua prole, na maioria do tempo é isto o que fazemos. Dizemos que sim, quando queremos dizer não. Sorrimos, quando queremos dar uma porrada na cara da pessoa que está na nossa frente. Somos diplomáticos (eu tento por demais ser diplomática, mas a Márcia Paiva diz que não uso filtro, ou seja, só tento, não consigo ser), vivemos de aparência, nos esforçamos em ser o que não somos (mais magras, mais jovens, mais bonitas, mais inteligentes, adiante de nosso tempo, bem informadas, claro, isso do lado feminino) o que só nos leva a encontrar no fim da jornada: a decepção. Já que apenas tentamos nos transformar naquilo que não somos: perfeitas.
Tenho um grupo de amigas fantásticas. Nossos encontros são sempre com muitas risadas. Embora nossos encontros sejam clandestinos, sempre damos muitas risadas, tiramos muito “sarro” de pessoas e situações. Credo, divago tanto que, como toda mulher que se preze, acabo me perdendo no caminho. Mas, enfim, como eu estava dizendo, nos reunimos em um domingo para tomar um mate amigo, culminando com uma pizza e muitas histórias. Algumas, lá dos idos e lá vão bolinhas … outras, bem recentes. Não importa. Todas são dignas de muitas risadas e reflexão.
Bom, voltando ao princípio: o grito do quero-quero. Quando temos um encontro (nós, mulheres), vamos ao salão, fazemos depilação, chapinha, unhas das mãos e pés, muito gargarejo para não ter mau-hálito, trocamos de roupa umas quinze vezes, etc., etc. E tchan, tchan, tchan, chega na hora, nosso príncipe (aprendiz de sapo) chega de bermudas, chinelos, fedendo a cebola, se esparrama no sofá, toma toda a cerveja existente, come tudo que tem na frente, dá uma rapidinha… e …. – dorme, roncando e babando ao nosso lado. Claro, nem todos os homens são assim. Ainda sobram as expectativas. Quem sabe! Who knows?
Mas, como eu disse no título. Este é o canto do quero-quero. Sempre continuamos em busca do nosso rainbow ou sunshine! E o quero-quero continua a cantar para o lado oposto, afinal, para que se expor? E se não for nada do que pensamos ou queremos! Mas a busca pelo nosso macho alfa continua… Ah, não se enganem, aqui a palavra alfa não tem nada a ver com ser o dominante da matilha ou das letras gregas: alfa, ômega, beta, simplesmente quer dizer macho alfa … betizado!!!! Com certeza deve haver algum por aí, que não escreva: tu eres ermosa! (sic). Kkkkkkk. Em tempos de pandemia, é melhor rir para não chorar!