Esta quarta-feira marca o aniversário de 118 anos do Esporte Clube 14 de Julho. Entretanto, além da pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), o Leão da Fronteira enfrenta outros problemas tão grandes quanto. No início do ano, o estádio João Martins, responsável por dar nome ao bairro que o cerca, chegou a ter o seu leilão anunciado para o dia 25 de março. Avaliado em R$ 5 milhões, toda a sua estrutura, incluindo academia e piscina térmica, seria oferecida como pagamento de uma onerosa dívida em passivos trabalhistas.
Por “sorte”, os processos e as execuções foram temporariamente suspensas pela justiça em razão da pandemia. Entretanto, mesmo com mais tempo para tentar salvar o seu patrimônio, o clima não é festivo. À meia noite, quando o relógio anunciou a chegada da data do 118° aniversário do “galhardão da mocidade inteira”, apenas uma modesta queima de fogos de artifício marcou a comemoração. Ao meio dia desta quarta-feira, o discreto festejo se repetiu. Nada que pudesse se comparar com os grandes festejos dos anos anteriores, onde churrascos, jogos de futebol e a reunião de ex-atletas lotavam as dependências do João Martins.
No dia de hoje, o que se viu no gramado, que outrora fora palco de grandes clássicos, foi um pequeno grupo de jovens atletas que faziam suas atividades físicas. Infelizmente, o clima de melancolia parece ter tomado conta de cada cadeira do pavilhão Rosauro Alves de Oliveira. Segundo Adriano Trindade, Diretor de Futebol do 14, o clube pode retornar às atividades em um futuro próximo, basta que haja a colaboração da comunidade. “Se houver bastante união. Ajuda do torcedor, de empresários, onde possa todo mundo se ajudar, eu acredito que o 14 possa voltar aos campos nesta categoria profissional, que é o que todo mundo espera”, opina.
Questionado sobre os custos desse retorno, Trindade diz não ter noção de quanto exatamente seria necessário investir para que o projeto fosse viabilizado. “Eu acredito que o dia em que todo mundo sentar para conversar […], pensar que ‘vamos trazer o 14 de volta aos gramados’, eu acredito que isso vai acontecer”, projeta.
Sobre a atual situação do clube, o Diretor de Futebol afirma que ainda existem motivos para se comemorar. “Eu acho que o clube sempre que estiver completando um ano mais de vida e estiver em atividade, embora não seja profissional […], nós temos que comemorar, não é todo clube que completa 118 anos. É óbvio que nós gostaríamos de estar com esse estádio cheio, quem sabe fazendo um jogo festivo, com a torcida, a charanga. Todo mundo feliz. […] É um clube histórico. Eu acredito que coisas melhores estão por vir”, pontua.