A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) vem trabalhando para a implantação do Programa de Vigilância de Fronteira – Sentinela, que será implementado para evitar a reintrodução do vírus da febre aftosa. O aumento da presença do Estado nas fronteiras com Uruguai e Argentina tem como objetivo garantir a sanidade do rebanho de bovinos e bubalinos quando da evolução do status sanitário do Estado para livre de aftosa sem vacinação.
O Rio Grande do Sul tem reconhecimento internacional como zona livre de febre aftosa com vacinação desde 1998. Com movimentos do Estado para a retirada da vacina, a região de fronteira é apontada como de maior risco para a reintrodução da doença.
O Programa Sentinela foi construído para mitigar o risco de introdução de animais suscetíveis à febre aftosa de forma ilegal no território gaúcho, de produtos, subprodutos com potencial contaminação e difundir informações de medidas de biosseguridade, prevenção e controle de rebanhos nas propriedades da região.
O Estado possui hoje 1.200 quilômetros de fronteira, sendo 400 km só de fronteira seca envolvendo 59 municípios nas fronteiras com Uruguai e Argentina, com 64.842 propriedades rurais e rebanho de 4,4 milhões de cabeças de gado. A metodologia de trabalho prevê distribuição das equipes e gerenciamento das atividades em quatro blocos – Jaguarão, Sant’Ana do Livramento, São Borja e Santa Rosa. A primeira etapa do programa será implantada na fronteira com o Uruguai em Jaguarão ainda no mês de junho. E a partir do mês de julho atuará de forma permanente nas outras fronteiras.
Recolhimento e apreensão de animais
Conforme a matéria de divulgação do programa Sentinela de Controle das Fronteiras, entre suas principais ações de controle e combate à circulação de animais sem guia de trânsito ou sem procedência. Além disse é importante destacar que a partir da implantação do programa, o que deverá ser feito nas próximas semanas, o chamado “gado de corredor” será recolhido pelas equipes de vigilância.
A prática de criar em corredor, ou seja, nos espaços entre cercas e rodovias, ou em qualquer lugar que não seja uma propriedade rural é irregular e traz riscos ao rebanho estadual. Por isso, os animais nesta situação serão recolhidos e caso a propriedade não seja comprovada serão destinados para o abate sanitário e a carne poderá ser doada para instituições beneficentes.
A normativa do programa Sentinela orienta os produtores rurais que possuem criação no modo “ gado no corredor” que a regularize o quanto antes. A fiscalização tem como objetivo manter o controle sanitário, garantir a segurança da saúde do rebanho gaúcho. Além das abordagens de trânsito, será feita a fiscalização nas propriedades, com o objetivo sanitário e de controle ao abigeato.
As equipes móveis compostas pelas fiscalização agropecuária e integrantes das forças de segurança e defesa irão atuar ao longo de toda a fronteira diariamente. Portanto, o programa orienta os produtores rurais em caso de abordagem que entenda que animais sem GTA ou propriedade são irregulares e serão apreendidos.
Matias Moura
[email protected]