A biografia do ginete Vilson Charlat de Souza, primeiro ganhador do Freio de Ouro, será lançada, neste ano, durante a feira em Esteio
A paixão pelos cavalos vem de muito tempo, mais precisamente desde guri quando cavalgava pelos campos em Santa Rita, distrito de Sant’Ana do Livramento e com o passar dos anos o amor pelas coisas do pago acabaram se tornando palavras. Assim pode ser definido um escritor e jornalista Renato Dalto, autor de importantes obras que sempre enalteceram a cultura gaúcha e nosso modo de viver. É criador de cavalos crioulos em Sentinela do Sul-RS, zona sul do estado, na Cabanha Enluarada, um refúgio onde maneja animais, leituras, escritos e esse atavismo ancestral que une pessoas e cavalos ao cordão umbilical da terra.
Pois, foi justamente este amor pelos cavalos que lhe fez cruzar caminhos com um dos personagens mais emblemáticos das pistas de Esteio, cidade que sedia a maior prova do cavalo crioulo – o tradicional Freio de Ouro. Entre um mate e outro, e uma lida com a sua própria tropilha crioula, o jornalista adiantou, nesta semana, para o Jornal A Plateia detalhes sobre o livro “Vilson Souza – Uma Biografia”, a ser lançada na Expointer 2020 e que terá em sua narrativa os detalhes do antes e depois na vida de Vilson, tendo como virada de chave a raça Crioula.
Renato se diz honrado em poder contar essa história tão importante de um personagem que une a imagem do tradicional homem campeiro, mas que revolucionou o modo de equitação nas provas de campo pela sua forma tão peculiar de montar e conduzir um animal em pista. O ginete conhecido entre os mais próximos pelo apelido de Dom Souza foi o primeiro vencedor da principal prova da raça Crioula, o Freio de Ouro, em 1982. Esse ícone para o desenvolvimento e fortalecimento da criação de cavalos Crioulos no Brasil detém cinco Freios de Ouro (sendo um internacional), quatro de Prata e dois de Bronze.
O livro contará toda a trajetória do ginete bageense desde a sua infância e trabalho no campo até a conquista gloriosa do Freio de Ouro. O projeto foi idealizado pelo neto do homenageado Pablo Alves, que é curador da iniciativa – “Para mim é uma grande felicidade fazer parte deste projeto e contar a história do seu Vilson. Meu trabalho, hoje, é escrever sobre cavalos que é a minha grande paixão. O primeiro Freio de Ouro que acompanhei foi em 1991, e foi a primeira vez que o Vilson apresentou cavalos pelo centro de treinamento dele, o Marca 2. E me impressionou muito o jeito dele montar a sua equitação, o cara muito bem posicionado no cavalo – um talento nato. Conhecendo um pouco a sua história a gente vê que ele vem da escola do cavalo de carreira, depois quando ele passa pelo Exército em 1953 ele conhece um capitão, chamado Capitão Campos que dá para ele noções de equitação clássica – e ele pega muito aquilo. Então, na verdade ele é um cavaleiro muito campeiro, mas com uma formação mais polivalente. A partir daquele momento ele próprio diz que passou a entender o cavalo e criar a sua maneira de montar e conduzir os cavalos”, conta o jornalista.