Segundo o Conselho Tutelar casos envolvendo crianças cada vez menores têm preocupado as autoridades
Um crime silencioso, que causa profundos traumas, dores e cicatrizes nas vítimas. Ele acontece ali mesmo dentro de casa, debaixo dos nossos olhos e é cometido por quem menos se espera em muitos casos. Conforme estudos da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), no Brasil, a cada oito minutos, uma criança é abusada sexualmente, 80% dos crimes ocorrem em ambiente familiar e apenas 2% dos delitos são denunciados.
Sim, o fato é grave e é preciso falar sobre ele. Conforme informações do Conselho Tutelar do município, os casos têm aumentado exponencialmente nos últimos meses, segundo os relatos quanto ao atendimento as famílias. São histórias que correm em sigilo por envolver vários fatores, principalmente para proteger as vítimas. Algo que tem chamado a atenção dos conselhos locais é o abuso de crianças cada vez menores, envolvendo irmãos ou pessoas conhecidas das famílias.
As conselheiras tutelares Débora Sinara e Nádia Santana relatam os casos envolvendo abusos ou supostos abusos que são comunicados ao órgão. Depois que a denúncia é feita ela precisa passar por um processo de investigação e avaliação com atendimento técnico passando por registro de ocorrência policial, avaliação psicológica e perícia criminal com o IGP no caso de abuso comprovado. “São os casos que mais chegam aqui. Agora neste período de pandemia nós estamos atendendo somente urgências de casos de abusos e violência. E são muitos. Principalmente entre os adolescentes envolvendo crianças muito pequenas, em muitos casos irmãos ou primos, que ficam sozinhos em casa. Os pais ou os responsáveis devem ficar alertas, principalmente quando as crianças ficam sozinhas no quarto olhando televisão e quando menos se espera já aconteceu o fato. Esse é um fato muito sério que tem acontecido tanto na campanha quanto na cidade” comenta Débora Sinara.
Outro ponto que os pais precisam ficar atentos é sobre a prostituição de adolescentes de 14 a 16 anos. “Isso também é considerado abuso. Pois eles são menores. Por isso os pais têm que tomar cuidado quando eles saem para a rua, porque neste sentido não se sabe o que eles estão fazendo. Geralmente eles apresentam sinais e acontece muito nas famílias em situação de vulnerabilidade e acaba acontecendo essa situação. Tem que ficar de olho porque as vezes eles podem aparecer com algo que “ganharam por aí” e quando menos se espera este adolescente pode estar envolvido em algum caso de prostituição”, comenta Nádia Santana.
Matias Moura
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