O prefeito afastado Ico Charopen (PDT) prestou depoimento na comissão que processa o pedido de cassação de seu mandato. O processo foi provocado por denúncia de um grupo de cidadãos que se autodenominados bolsonarianos, constituído por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
No depoimento ele disse ter conhecimento do processo desde dezembro de 2019, quando foi notificado pessoalmente pelo Oficial de Justiça, mas que não abriu sindicância para apurar as irregularidades no Portal da Transparência apontadas pela Justiça porque foi afastado do seu mandato no mesmo mês. Ico sofreu o afastamento pelo Ministério Público Estadual, em uma operação que investiga um suposto esquema de desvio milionário dos cofres da Prefeitura.
Sobre o processo que tramita na Câmara de Vereadores o prefeito afastado destacou as oitivas. Disse que tinha interesse em participar, mas que não recebeu nenhuma notificação pessoalmente sobre quando elas aconteceriam.
As oitivas já foram realizadas e as notificações a Ico foram feitas por edital no Diário Oficial, pois o prefeito não era encontrado pelo legislativo. “Tem uma pandemia, qual é a orientação das autoridades de saúde? Isolamento. Não estar em aglomeração. Estou cuidando da minha família”, disse Ico explicando os motivos pelos quais não fica em casa.
Apesar ser o denunciado no processo de cassação, em mais de uma oportunidade Ico disse não saber em que condição estava depondo na Câmara. Além disso, o pedetista destacou que “não abre mão” dos depoimentos do ex-prefeito Glauber Lima (PT) e do ex-procurador, também afastado, Ramzi Zeidan no Processo. Ambos não foram ouvidos, pois houve dificuldade na notificação de ambos. Quando notificados, por edital, não compareceram ao plenário João Goulart.
No fim da oitiva, o presidente da Comissão, vereador Danúnbio Barcellos (Republicanos), disse que eles tiveram mais de uma oportunidade para serem ouvidos, mas que não compareceram às oitivas e, por isso, o trabalho continua normalmente. “Segunda –feira, às 13h30min, termina o prazo para que o prefeito entregue as razões. Depois disso a Comissão se reunirá para definir quando acontecerá o julgamento”, disse Danúbio.
O prazo para a votação do impeachment de Ico termina no dia 13 de maio.