sáb, 18 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 11 e 12.01.25

Patricia Sanchotene assume a 12ª DPR

Em entrevista ao jornal A Plateia, a Delegada fala sobre a carreira, a responsabilidade e o compromisso com Livramento

Desde de segunda-feira, a 12ª Delegacia de Polícia Regional (DPR) da Polícia Civil está sob novo comando. Quem recebeu a missão de combater a criminalidade em Sant’Ana do Livramento, Quaraí, Cacequi e Rosário do Sul foi a Delegada Patricia Sanchotene. Para saber o tamanho do desafio e quais as expectativas da Comissária para esta nova etapa da carreira, o jornal A Plateia ouviu a titular do cargo e o resultado você confere a seguir:
Natural de Porto Alegre, Patricia integra o quadro de delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Sul desde 1999, mesmo tendo cursado o magistério durante o ensino médio, na hora de escolher qual carreira seguir, a paixão pela Polícia falou mais alto. “Eu sempre gostei de Direito Penal, sempre tive esse espírito de liderança e também tive um tio que foi delegado de Polícia”.
O início da carreira como Delegada foi na cidade de Triunfo, localizada na Região Metropolitana do estado, na sequência teve passagens pela capital, onde atuou no Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (DENARC), no Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e também teve passagens por diversas divisões dentro da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Em seu currículo, Patricia conta ainda com uma atuação junto à Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (SENASP/MJ) na organização dos jogos Panamericanos e Para-Panamericanos em 2007, serviço realizado em conjunto com a Coordenadoria-Geral de Inteligência de Brasília.
Com uma importante atuação no Departamento de Polícia do Interior (DPI), a Delegada assumiu em 2018 a 4ª DPR, que compreende as cidades de Alegrete, Barra do Quaraí, Manoel Viana e Uruguaiana. Frente ao atual momento, Patricia destacou a boa relação com os colegas das regiões próximas como de grande importância, podendo potencializar possíveis ações futuras entre as unidades.

OPERACIONAL

Ainda em Porto Alegre, a Delegada foi responsável pela reabertura da Delegacia de Homicídios. Em 2008, designada para uma operação de combate ao abigeato na região de Alegrete, coordenou a primeira força tarefa de combate aos crimes rurais do Rio Grande do Sul.
Sobre a experiência, Patricia disse que ter raízes na cidade ajudou muito no processo. “A família da minha mãe é de Alegrete e meu avó paterno era pecuarista, então conhecia um pouco a região. Ali a gente percebeu que o combate aos crimes rurais realmente precisa de pessoas que trabalhem exclusivamente com isso, por serem ações diferenciadas”.
Quanto ao abigeato, a titular da 12ª DPR demonstrou estar atenta à situação da região e, principalmente, de Livramento. Já em seu primeiro dia na cidade, convocou uma coletiva de imprensa quando comunicou que a unidade passaria a ter um telefone e um agente policial trabalhando exclusivamente no atendimento de crimes do gênero. A partir de então, o número (55) 98428-0334 passou a estar disponível para denúncias de produtores rurais e moradores de localidades da região. Vale ressaltar que a iniciativa foi implementada, primeiramente, durante a sua passagem pela 4ª DPR em Alegrete ainda em 2018.

Com passagem por Alegrete, Patricia já tem experiência no combate a crimes comuns na região(Foto: Murilo Alves/AP)

A VIDA NA FRONTEIRA

Quando perguntada sobre a mudança para Livramento, Patricia disse não ter sentido tanto a diferença porque gosta da vida no interior e já conhecia a cidade. “Aqui mesmo em Livramento tenho uma passagem que foi a investigação do desaparecimento daqueles dois policiais em 2005 que, infelizmente, tinham envolvimento com o contrabando e foram executados. Foi uma experiência de integração muito grande até mesmo com o poder judiciário do Uruguai”, destaca.
Ainda sobre a operação, a Delegada pontuou: “Foi uma investigação que marcou minha carreira. Foi muito difícil porque estava em um território de dois países, o crime acontecia ora aqui (no Brasil) e ora lá (no Uruguai) e os envolvidos eram brasileiros e uruguaios”.
Entretanto, um ponto que deve marcar uma mudança na vida da Comissária é a distância da família. Mãe de uma menina de nove anos de idade e de um menino de 14, Patricia afirma que a escolha de não os trazer foi visando não alterar as suas rotinas. “Eles já têm a escola, a turma, os amigos. Combinamos que, quando eu não estiver de plantão, vou até Porto Alegre. Nos feriados é a vez de eles virem”.
Ainda sobre a mudança, a Delegada disse que contou com o apoio da família. “Sempre que eu recebo esse tipo de convite, eu converso com eles, explico e pergunto se me apoiam. Eles entendem”.

NOVOS TEMPOS

Com 21 anos de Polícia, Patricia classificou o atual momento da carreira como um desafio. “É um desafio, mas como uma das minhas características sempre foi trabalhar em parceria com as outras instituições, eu acho que essa é um ganho muito grande”.
Sobre o novo período, a Delegada confirmou a sua estada por, pelo menos, mais dois anos. “Eu me comprometi a ficar até o final do governo (de Eduardo Leite), então até dezembro de 2022 estou por aqui. É um período bastante significativo”.
E quanto às ações futuras, Patricia projeta: “Eu fiquei em Alegrete dez meses e meio e mudei muito a realidade do que era a região. Assim como eu cheguei no primeiro dia e já lancei o que eu levei meio ano pra lançar em Alegrete, agora com o know-how que eu tenho, nesse período eu vou fazer muita coisa vocês podem ter certeza esse é o jeito Patricia de funcionar”.
A Delegada finalizou sua fala pontuando suas metas e objetivos para a 12ª DPR. “A chefia começou a conversar comigo em janeiro. Eu recebi algumas metas, em fevereiro teve uma demanda muito grande com essa questão do abigeato, mas tem a gama de todos os outros crimes que a gente sempre precisa estar dando atenção. Outra demanda é a questão da imagem da Polícia frente à comunidade, queremos oferecer um atendimento diferenciado”.

Murilo Alves
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