Inquérito será avaliado pelo sistema judiciário para realização de julgamento, ele continua em prisão preventiva
A Polícia Civil finalizou, nesta semana, o processo de investigação e apuração de fatos sobre um pedófilo preso em novembro de 2019, em Livramento. O caso iniciou com a prisão em flagrante de um homem conhecido pela comunidade escolar pela realização de gincanas em escolas e eventos com grande concentração de crianças e adolescentes.
No primeiro momento, após sua prisão, foi encontrado na residência deste homem uma grande quantidade de fotos e vídeos pornográficos, inclusive alguns gravados por ele mesmo. Segundo a delegada responsável pelo caso, o material foi analisado posteriormente a sua prisão, pois não havia como realizar na hora do flagrante.
Foram identificadas 10 vítimas e a Delegada ressaltou que a vergonha, muitas vezes, é o maior empecilho para denúncias deste tipo. As vítimas têm, agora, de 25 a 30 anos e na época do abuso eram adolescentes, alguns inclusive crianças.
Segundo as linhas apontadas pela investigação, a prática ocorria desde 2004, quando o homem, se aproveitando do fácil acesso às escolas para ter contato maior com adolescentes, preferencialmente do sexo masculino, praticava os abusos. Ao longo da investigação, surgiram os mais diversos relatos durante as oitivas. A Polícia confirmou, inclusive, que tem imagens, vídeos e sites pornográficos de menores.
Segundo a delegada Ana Tarouco, a primeira denúncia ao pedófilo se deu por meio de uma mãe, após notar uma conversa estranha no WhatsApp de seu filho. “Foi assim que descobrimos, por isso, solicitamos a todos os pais que cuidem de seus filhos, vejam as conversas, pois o assédio pode estar acontecendo e a vítima sequer percebe, pois no primeiro momento era uma pessoa inofensiva”, alertou.
Em oitiva com uma das vítimas deste homem, que tinha livre acesso às escolas, destacou que os abusos aconteciam dentro da própria escola.“Um fato gravíssimo”, destaca a Delegada.
A Delegada enfatizou a força dessas vítimas que, hoje são adultos, pais de família, que tiveram de recordar momentos nada agradáveis para que este indivíduo pudesse ser punido da maneira adequada. “Nós recebemos uma vítima deste homem que, em 2004, denunciou abusos e teve este processo encerrado por falta de provas. Na oitiva, a vítima relatou que se sentia injustiçada, pois relatou a todos e a escola ficou ao lado do abusador e, que hoje, ele está com o sentimento de tranqüilidade, pois estava certo o tempo todo”, destaca.
Ana ainda destaca que o pedófilo atraía suas vítimas com as mais diversas ofertas como pagamento em dinheiro, doação em brinquedos, skates, pizzas, entre outros. “Este tipo de predador está entre nós. Muitas vezes, as pessoas se baseiam por estereótipos e, com esse caso, podemos notar que pode ser qualquer pessoa, inclusive um familiar. Por isso pedimos que os pais ou responsáveis, conversem com seus filhos, se perceberem alguma mudança de comportamento, fale, tente conversar, pois só assim é possível que essa pessoa que está fazendo o mal seja contida”, encerra a Delegada.
Fica nas mãos do sistema judiciário a leitura do inquérito e aplicação da pena ao homem que ainda segue preso, preventivamente, na penitenciária estadual de Livramento.
