Para o presidente da entidade, um dos setores mais atingidos pela paralisação foi o turismo
Após um mês fechado, o comércio da Fronteira volta, aos poucos, a abrir suas portas autorizado por decreto municipal. É bem verdade que nada será como antes, sendo necessário que empresas, empregados e clientes façam a sua parte e respeitem as orientações do Ministério da Saúde como a utilização de máscaras, luvas e álcool em gel e as regras de convivência em tempos de crise.
Mas o resultado de um mês sem trabalhar, produzir e vender: como é que fica? Para responder estes e outros questionamento, o Jornal A Plateia conversou com o presidente da Associação Comercial e Industrial de Livramento que tem uma posição otimista para os próximos meses projetando uma recuperação rápida por se tratar de um crise de saúde e não financeira. Apoiado em argumentos de especialistas Roberto Fervenza acredita que sim, um impacto será sentido na economia das duas cidades, mas aos poucos haverá a retomada do crescimento. “Ouvindo alguns especialistas no assunto, podemos crer que a recuperação da economia será mais rápida do que se imagina. Pois, a crise que aí está é de saúde e não econômica. Embora o impacto dela será bastante grande, pois o Brasil já vinha há uns três anos em recessão. Aqui, localmente, nós temos uma questão histórica que estamos tentando mudar aos poucos , que é o fato de Sant’ana não possuir indústrias e viver basicamente do comércio, setor de serviços e a contribuição do agronegócio. Temos também a indústria do turismo que estamos tentando alavancar sendo uma das questões preponderantes, hoje, na pauta da ACIL. Setor esse que foi muito prejudicado economicamente com o fechamento de hotéis, bares , restaurantes e o comércio em geral “disse.
Segundo Fervenza, a Associação Comercial e Industrial vem trabalhando há muitos anos para que Livramento se torne um polo econômico de turismo regional incentivando novos negócios e potencializando os que já existem.
Questionado sobre uma projeção de impacto financeiro com o fechamento do comércio, o presidente destacou que ainda é cedo para se falar em números concretos, mas é fato que muitas pessoas perderam seus empregos e que algumas empresas irão sentir mais do que outras. “Nós temos a questão do pagamento de funcionários, dos aluguéis que em Livramento são bastante elevados e também a questão do custo com fornecedores. Então, o problema não é só pagar a folha, ele é apenas um dos problemas que os empresários terão que lidar daqui para a frente. Enfim, são muitos os prejuízos de uma empresa fechada, e do comércio em si fechado”, disse.
Outra questão destacada pelo presidente da ACIL foi a oscilação cambial nesse período, que encareceu para os uruguaios as mercadorias e serviços essenciais brasileiros que estavam sendo ofertados por conta da não circulação do real no mercado, pois os bancos estavam fechados. “Isso prejudicou bastante os dois lados da fronteira porque estava tudo trancado digamos assim, mas agora com a retomada das atividades comerciais a tendência é que essa questão também se normalize. Esperamos que seja o quanto antes” comentou.
Matias Moura
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