sáb, 18 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 11 e 12.01.25

Como é a vida de quem está em quarentena?

A família Cardoso está em quarentena há mais de 30 dias (Foto: Arquivo Pessoal/AP)

Com duas pessoas do grupo de risco em casa, o jeito é prevenir

Em edições anteriores do jornal A Plateia, mostramos a rotina e os desafios de quem precisou trazer o escritório para dentro de casa e passou a trabalhar sob o regime de home office. Além disso, também conversamos com o segundo santanense a ser considerado curado do Coronavírus. Nesta edição, vamos conhecer a rotina da família Cardoso que, como medida de segurança, optou pelo isolamento social.
Quem conversou com a Reportagem foi Cândido Cardoso, o mais velho dos dois filhos. O jovem conta que junto com o irmão e os pais, já somam 30 dias de quarentena. “Minha mãe é advogada e tem trabalhado menos. Eu faço faculdade na Unipampa e as aulas estão paralisadas. Meu irmão estuda inglês no Cultural e está tendo aulas online. Meu pai está esperando a sua aposentadoria e é do grupo de risco por ter diabetes, problemas respiratórios e 65 anos”.
Quanto à rotina, além de ter vetado as saídas que não são terminantemente essenciais, Cardoso diz que evita os grandes supermercados, optando pelos mercados e mercearias do bairro onde mora, justamente por ter menos movimento de pessoas, desta forma, evitando filas e aglomerações.
Mesmo assim, quando faz-se necessário, o jovem comenta que a família reveza a função. “Às vezes é necessário alguém sair para ir no banco. Geralmente eu, meu irmão ou a minha mãe nos candidatamos para sair quando preciso. Apesar de meu irmão ser diabético, ele ainda é jovem e não tem problemas respiratórios”.
Durante o tempo em casa, Cardoso fala sobre as alternativas para evitar o tédio provocado pelo isolamento. “Nós temos nos apegado à internet. Jogamos bastante, assistimos séries. O rádio e a televisão também são bastante úteis para nos mantermos informados”.
O tédio foi apontado como um dos pontos negativos do isolamento. Bem como a falta de interações sociais devido às limitações do isolamento. Cardoso ainda cita ter desenvolvido uma certa apreensão quanto aos contatos físicos por medo de uma possível contaminação.
Vale lembrar que o isolamento social também restringe a visita de membros da família, mas para isso a saída é utilizar o telefone, ligações e trocas de mensagens por aplicativos auxiliam na hora de matar a saudade.
Mesmo com tantas questões, ainda é possível encontrar alguns pontos positivos no período de isolamento social. Cardoso relata que o tempo em casa o ajudou bastante a reconhecer os seus maus hábitos, bem como também proporcionou mais momentos em família. “Tenho mais tempo para desenvolver meus hobbies e também a valorizar o meu próprio espaço”, avalia.

Murilo Alves
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