Reportagem especial acompanhou duas das principais linhas de ônibus da cidade
Poucas semanas após a empresa Sosal anunciar que iria reduzir seu itinerário e que a hora de espera fora dos horários de pico aumentaria, dezenas de reclamações de usuários chegaram por comentários e mensagens nas redes sociais, não somente pela medida tomada pela empresa Sosal, mas também por reclamações de quebra, atrasos e até mesmo usuários assinando advertências em seus trabalhos por causa do sistema de transporte público.
A linha Wilson foi a mais impactada com a mudança de horários, com exceção dos horários de pico que não mudaram o tempo de espera, no decorrer da manhã e tarde o tempo de espera nas paradas chega a 30 minutos.
Armour (Vaucher)
O coletivo utilizado nesta linha de prefixo 178, placas IMO-2993 de modelo ano 2005, durante uma rápida pesquisa na internet foi possível localizar sua imagem sendo utilizado em Porto Alegre de 2005 até 2011, após foi trazido para cá. Aparentemente estava em boas condições, no entanto após a partida, foi possível notar vários rangidos e barulhos devido o desgaste provocado pelo estado das ruas da cidade. Um ponto a ser destacado foi a condição dos bancos que deveriam ser confortáveis e acolchoados, em quase sua maioria apresentam rasgos e remendos e um deles, localizado ao lado direito do coletivo, estava com seu acento solto.
Wilson (Sosal)
Diferentemente do ônibus da Vaucher, o veículo de prefixo 043 de placas AHV-2683 de 1998, não possui bancos acolchoados, e sim bancos de plástico. Alguns da cor caramelo e outros da cor cinza, sendo visível que alguns assentos não eram originais deste coletivo. Além disso, após pesquisa rápida na internet, foi possível encontrar o ônibus com a faixa de escolar, onde era utilizado pela empresa até ser realocado para as linhas regulares. Durante o trajeto, realizado durante a tarde (15h30min), foi possível ver um ônibus com o início de lotação máxima.
Vale lembrar que nenhum ônibus no município conta com ar condicionado.
A santanense Luana Soares, coincidentemente, utiliza as duas linhas que foram escolhidas pela reportagem: a linha Wilson (Sosal) e Armour (Vaucher). Luana foi acompanhada desde o terminal, na avenida Almirante Tamandaré até seu ponto de descida, em frente à escola Cyrino Luiz de Azevedo. Ela comentou sobre alguns problemas mais corriqueiros que enfrenta ao utilizar esta modalidade de transporte: “Eu moro na Camilo Alves Gisler e para vir até o centro é sempre um dilema. As 7h da manhã temos duas opções, ou pego o Armour fora de seu horário (atrasado) ou pegamos ele até estragar em um ponto da cidade. Já aconteceu de estar dentro de um ônibus e ele estragar. Agora falando do Wilson, comecei a ter um problema após a mudança de horários, eu trabalho como autônoma em Rivera e preciso chegar no centro antes das 19h. Antes, era só pegar o ônibus às 18h20min. Agora pego o ônibus às 17h30min com medo de me atrasar, pois se eu estiver a 5 metros da parada alguns motoristas não param para meu embarque”, conta.
A usuária Maria Helena, moradora do Parque São José não concorda com a mudança nos horários sem aviso prévio: “Somos surpreendidos a cada dia com os ônibus passando a hora que bem entendem. Eu, como aposentada, acho que a mudança para bilhetagem eletrônica deveria acontecer somente após ter uma renovação de frota”, destacou.
Durante a realização destes testes que foram transmitidos ao vivo via facebook, os internautas que acompanhavam solicitavam que fossem realizados em outras linhas e em horário de pico, para comprovar que o sistema atual está sucateado e não comporta a todos os usuários com eficácia.