Com cartazes, o grupo cobrava agilidade no começo das aulas
Na última semana, veio à tona uma grande polêmica a respeito do transporte escolar da rede municipal de educação, principalmente no que diz respeito às escolas da área rural de Sant’Ana do Livramento. As instituições da área urbana iniciaram o seu ano letivo normalmente no dia 2 de março, segunda-feira. Já as demais deverão aguardar mais algumas semanas.
O motivo, segundo a responsável pela Secretaria Municipal de Educação (SME), Gislaine Grecellé, foi o abandono das empresas de transporte que faziam parte do processo de licitação. “Ele (o processo) estava pronto para ser licitado no dia 21 (de março), mas os empresários cancelaram esse edital. Então é um processo que nós já refizemos todas as linhas novamente e agora temos que iniciar tudo de novo. Infelizmente acontece isso, enquanto a gente não tiver uma máquina própria para poder suprir, essas coisas vão acontecer’’, comenta.
Preocupadas com a demora e também com a recuperação dos dias letivos perdidos, um grupo de mães de alunos da área rural se mobilizou através das redes sociais e na última sexta-feira, dia 5, realizou uma manifestação em frente à sede da SME. Sobre o teor da reunião, Ana Paula, uma das mães responsável por organizar a manifestação disse: “Disseram que tá (sic) tudo pronto, vamos esperar oito dias para receber uma resposta, só falta os empresários aceitarem.
Quanto ao resultado do encontro, Ana Paula afirma ter ficado um pouco triste. “Fomos bem recebidas. Só fico muito triste com a presença de pouquíssimos pais, nenhum professor, nenhum representante da escola. A gente fica muito triste porque a gente achou que ia ter o apoio das escolas”, lamenta.
Ao todo, cerca de 20 pessoas, contando com alguns alunos, chegaram ao local por volta das 8h da manhã. Em seguida, foram convidados à subir até o gabinete da secretária para uma conversa. Já nas dependências da SME, a responsável pela pasta prestou alguns esclarecimentos a respeito do processo licitatório e afirmou que, pelo menos até o dia 21, as aulas da zona rural devem retornar.
Segundo a secretária, a revolta do grupo é compreensível, mas pediu paciência. “A gente entende as reinvindicações dos pais, até porque o ano letivo ainda não começou, mas eu não estou aqui brincando de secretária. Eu estou aqui trabalhando pra agilizar todo o procedimento. Eu sei que esse trabalho já estava pronto desde outubro, mas os empresários deixaram o processo’’, pondera.
Quanto ao abandono da licitação, Gislaine explicou que um dos fatores determinantes foi a mudança na forma de pagamento, que anteriormente era sob todos os quilômetros rodados pelos veículos, agora, desta vez, passa a ser contabilizado a partir do momento em que o primeiro aluno sobe no ônibus. “Eles (os empresários) perdem trechos até pegar o primeiro aluno que não é computado em valores, é isso aí que eles estavam reivindicando’’, pontua.
Ainda sobre o atraso, Gislaine Grecellé disse que o problema não iniciou em sua gestão e que historicamente o ano letivo não inicia antes do dia 20 de março. “Data definida (para o início das aulas na área rural) ainda não tem, mas tem a boa vontade da nossa equipe. Uma previsão que a gente faz é que seja daqui a vinte dias. Dia 16 agora tem o pregão e a gente torce para que os empresários aceitem os termos’’, projeta.
Legendas:
Foto 1 –
Foto 2 – Alunos e mães se reuniram frente à sede da SME em protesto cobrando o início do ano letivo nas escolas da área rural (Foto: Matias Moura/AP)