Os arrozeiros do Rio Grande do Sul iniciaram na semana passada a colheita da safra 2019/2020 e esperam bons resultados
No Rio Grande do Sul, a colheita do arroz começou com expectativa de uma safra maior que a registrada no ano passado. Em todo o Estado houve uma pequena queda na área plantada, saindo de 984 mil hectares em 2019 para 940 mil hectares. Mesmo com a área menor, a produção vai crescer um pouco: em torno de 4%, a previsão é chegar a 7,5 milhões de toneladas.
E o preço está ajudando. A saca está sendo vendida por R$ 50,46 e, na mesma época do ano passado, o agricultor recebia R$ 39,73. Agora, para manter os bons negócios o produtor espera que até o fim da safra o clima ajude. O estado é o principal estado produtor de arroz do Brasil, e a colheita do grão deve durar até maio.
Já em Sant’Ana do Livramento é expectativa é de uma safra dentro da normalidade, apesar da preocupação com as temperaturas baixas que foram registradas neste mês de fevereiro, consideradas atípicas para esta época do ano.
O produtor José Antônio Tatsch da Silva, arrozeiro há 21 anos na região de Pampeiro, possui, hoje, uma área plantada de aproximadamente 120 hectares ao redor da localidade conhecida como Passo da Cruz, para ele a expectativa de colheita que ainda está no seu início é dentro da normalidade média de 7.500 mil kg por hectares. “A nossa expectativa até começar esses dias mais frios era essa, colher dentro da normalidade do município. Nós tivemos uma sequência de cinco dias com temperaturas abaixo dos 15° graus, e isso para o arroz que está em fase de enchimento de grãos é ruim. O arroz é uma cultura que precisa de um clima com bastante sol, e temperaturas de 15º a 30º graus para se desenvolver bem. Então, esse frio afeta o arroz que está em fase reprodutivo. A gente não tem como mensurar ainda, se vamos ter algumas perda mais significativa. A gente não tem, também, conhecimento ainda dessa questão ao nível de Estado não se sabe se esse frio foi somente aqui em nossa região ou se outras também registraram temperaturas baixas. Outra questão é que neste ano existe, aqui no estado, uma área bastante considerável plantada fora do seu período ideal, têm áreas que foram plantadas em setembro e ele já está pronto para colher e em uma condição bem melhor do que aqueles plantados agora, pois ele não pegou nenhum frio e ainda teve o manejo adequado. O que vai fazer a diferença nesta safra será justamente isso. O frio fora de época” disse.
Na contramão de outras culturas, como a soja e o milho, o arroz não sofre problema com a estiagem principalmente por ser uma cultura irrigada, pelo método de inundação de lavoura. “ Por esse motivo, o arroz não sofre com esse problema da seca. O grande problema do arroz são, justamente, os picos na temperatura, tanto para cima, quanto para baixo. Isso sim que traz algum prejuízo, além daqueles dias sem sol, nublados com vento e algum frio” disse.
Pelo estado
No Rio Grande do Sul, as lavouras de arroz estão com bom desenvolvimento. Com o tempo quente e a plena radiação solar favorecendo a cultura, a expectativa é de bons rendimentos. Já começou a colheita da cultura, atingindo 3% das áreas cultivadas, com ótimas produtividades nas lavouras da Fronteira Oeste e produtividade dentro da média esperada nas demais regiões.
De forma geral, os níveis dos reservatórios continuam adequados nas principais regiões produtoras, mas alguns agricultores esperam maiores precipitações para ser possível manter a irrigação e o potencial produtivo. A cultura encontra-se 10% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 33% em floração, 35% em enchimento de grãos e 19% em maturação.