Na semana passada a mídia local noticiou que a Secretaria de Desenvolvimento Urbano estava fazendo uma limpeza a capricho no Cemitério Municipal, que atualmente se localiza dentro do perímetro urbano da cidade e muito próximo de uma Universidade.
A notícia me trouxe à mente muitas lembranças de tópicos relacionados ao nosso campo santo como era chamado. Vale recordar que o anterior Cemitério Municipal se localizava onde hoje é a Praça Getúlio Vargas na confluência das ruas dos Andradas e Rivadávia Correa. É preciso lembrar que há uns 90 anos o perímetro urbano da cidade não ia além de onde hoje está situado o velho prédio da Cooperativa. Posteriormente, foi desativado e construído um novo em uma área mais distante e que hoje dá frente para a Rua da Saudade.
Há muito tempo já tinha em mente que o Município deveria buscar um local mais afastado para construir um cemitério. A partir dos anos 70 do século passado com a construção dos prédios da ASPES e calçamento da Avenida Daltro Filho e abertura da estrada ao Porto Seco, teve início a construção de um bairro muito populoso no entorno do cemitério. Por outro lado, é preciso lembrar que a desativação de um cemitério dura, no mínimo, 10 anos, para que a área possa receber outra destinação.
Quando fui secretário de Administração no ano de 2001 sugeri que era preciso encontrar uma área maior que a do cemitério atual e mais afastada do perímetro urbano para a construção de um novo cemitério público, todavia aqui só se planeja o dia de amanhã e olhe lá.
Na atualidade, a história dos cemitérios é muito interessante. São depositários de obras arquitetônicas e de arte de renomados escultores e por isto se tornam em muitas cidades local de atração turística, merecendo até que se criasse a expressão necroturismo (necro = morte).
Entre os mais visitados está o cemitério de Arlington em Washington DC que entre seus monumentos está o Túmulo do Soldado Desconhecido, Também estão enterrados lá membros da família Kennedy, incluindo o ex-presidente John Kennedy e sua esposa Jacqueline. Em Paris, o mais famoso entre eles está o Père Lachaise onde foram sepultados Jim Morrison, Édith Piaf, Allan Kardec, Balzac, Proust, Chopin, Modigliani, Maria Callas, Molière, Oscar Wilde e outros famosos.
Bem perto daqui está o cemitério da Recoleta em Buenos Aires que sempre foi um ponto turístico desde que a ex-primeira dama Eva Perón foi ali sepultada, além de músicos, cantores, escritores e outros que se notabilizaram pela sua atividade profissional. E o que se dizer do cemitério Hollywood Forever em Los Angeles, na Califórnia, onde repousam ali os restos mortais de atores e atrizes famosos como Rodolfo Valentino, Douglas Fairbanks e Tyrone Power, e astros da música como o beatle George Harrinson.
Não pretendo que um novo cemitério venha a ser incluído em rotas turísticas como é feito pelos vinhedos, no entanto torna-se urgente que a Administração Municipal faça um plano de ação para que daqui a 10 ou 12 anos a atual área do cemitério seja utilizada para outra atividade como uma área verde e de recreação.