Escuto, com frequência, as pessoas dizerem que o Português é um dos idiomas mais difíceis de ser estudado. Eu não diria difícil, complexo talvez, ou excessivamente variável. Uma mesma palavra pode ser classificada de várias maneiras, dependendo do contexto. Eu não pretendo dar aulas de Português, aqui neste espaço, apenas trocar uma ideia com vocês sobre este idioma, que a estas alturas, a meu ver deveria ser chamado de Brasileiro.
Sobre o título, apenas como elucidação: Linguística é a ciência que estuda a descrição das línguas e a Sociolinguística é a que estuda a sociedade e a linguística juntas. Afinal, de que serviria a Linguística se ela fosse apenas estudada sem a participação de quem fala.
Até pouco tempo não havia nada dessas ciências. E por pouco tempo, refiro-me uns 100 anos ou menos. Se falava porque se falava. Aprendia-se a gramática de forma tão engessada que era tudo na base da “decoreba”, aparecendo algo um pouquinho fora dos trilhos do que se havia decorado, pronto, o estudante empacava (e falo por mim). Com a inserção da Sociolinguística no aprendizado já está sendo possível encarar o Português como algo “amigável”. Claro que ainda há muitas controvérsias, muitas opiniões divergentes. Quando surgem as reformas, como foi o caso desta última, depois de implantada é que se descobrem os erros cometidos pelos gramáticos.
Se formos dissecar o uso da Língua, ela é uma das atividades mais fantásticas desenvolvida pelos seres humanos. Embora não notemos, sua complexidade é tal que, mesmo após anos de estudo, nada de concreto podemos mencionar. Como já se sabe, a Língua é viva, é mutante. Ontem, nosso vocabulário do cotidiano incluía palavras como: sirigaita, supimpa, fuzarca, carraspana, ceroula, lambisgoia, creme rinse etc… Hoje, se as pronunciarmos as pessoas irão perguntarão: o que que é isso?
Da mesma forma que existe o modismo. A palavra da moda, neste momento, é “tipo”. Vira e mexe e lá vem o “tipo”. Já ouvi algumas opiniões sobre esta palavra: “é usada por quem tem vocabulário pobre”; “é uma paradinha para o cérebro pensar e ir em buscar de uma palavra para colocar ali, naquele momento, só que …”. Outra expressão do momento é: por conta de, no lugar de “por causa”. Também já tivemos “o mesmo” incluído em todos os momentos em que era mais fácil colocá-lo do que reformular a frase. Com este texto quero introduzir os muitos outros que virão sobre este assunto, como o preconceito linguístico, o preconceito do sotaque, e outros mais.