ter, 22 de abril de 2025

Variedades Digital | 19 e 20.04.25

‘‘Associação Rural de Livramento é contra ‘‘

A possibilidade da retirada da vacinação da febre aftosa no RS é um assunto que está em pauta nas últimas semanas, desde que o Governo Estadual divulgou que existem tratativas bem alinhadas com o Ministério da Agricultura do Brasil que elencou, inclusive, alguns passos que o Estado deve tomar na busca pelo status de zona livre da doença sem vacinação. De acordo com a Secretaria de Agricultura do Estado, a mudança é necessária para que os produtores gaúchos possam acessar mercados que remuneram melhor. Para isso, a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL) realizou uma reunião em sua sede em Porto Alegre, nesta quarta-feira (19), com representantes de Sindicatos Rurais do Estado e entidades do setor que estão debatendo a possibilidade da retirada da vacinação contra febre aftosa.

O presidente da entidade, Gedeão Pereira, foi o mediador da reunião. Sant’Ana do Livramento esteve representada no evento pela regional da (FARSUL) que compreende os municípios da Campanha e Fronteira Oeste que são a base da pecuária do estado. Segundo o presidente do Sindicato Rural do Município, Luiz Carlos D’Auria Nunes, a retirada da vacinação, neste momento, seria desastrosa pois poderia colocar em risco toda a produção pecuária regional, do estado e do país. Uma vez que o Rio Grande do Sul não estaria preparado para esta mudança tão significativa, pela falta de pessoal, equipamentos e fiscais suficientes para uma inspeção sanitária mais rigorosa. “A nossa posição foi tomada através dos núcleos de Hereford e Braford, de Angus e Brangus, e dos produtores de Livramento e suas comissões. Nós chegamos à conclusão que este não é um momento oportuno para a retirada da vacina, pois Sant’Ana do Livramento, hoje, é o segundo maior município do estado em termos de produção pecuária com um número expressivo de quase 500 mil reses. Então, por isso, e por nós já termos passado por um problema de foco dessa doença, no passado, é que ficamos receosos. Nós temos, no Município, um banco genético muito forte, e um foco de aftosa afetaria grandemente a nossa comercialização. Além de termos uma fronteira seca com Uruguai que nos demanda um risco muito maior, uma série de deficiências como gado no corredor, problemas com os javalis e outros pontos. Então, nós chegamos a esta conclusão que, neste momento, sem uma estrutura montada pelo Ministério da Agricultura, pela Secretaria do Estado do Rio Grande do Sul com investimento nas suas Inspetorias Veterinárias com capacidade de viaturas e técnicos para cumprir um município do tamanho de Sant’Ana do Livramento, que não é viável a retirada da vacina neste momento”, disse o presidente D’Auria.

Medidas recomendadas pelo MAPA

No início de fevereiro, Ministério e Secretaria se reuniram para avaliar as medidas adotadas e decidir se o processo de evolução do status sanitário continuará, com a possibilidade de a etapa da vacinação de maio ser suspensa. Entre as recomendações do Ministério da Agricultura, está a reorganização do quadro de pessoal para que os fiscais agropecuários sejam retirados de atividades administrativas e se dediquem integralmente à fiscalização. Outro apontamento se refere à atualização da frota de veículos da Seapdr, que solicitará a aquisição de carros utilitários com manutenção garantida. As demais incluem: modernização e ajuste do Sistema de Defesa Agropecuária da Secretaria, padronização no cumprimento da legislação, incremento da fiscalização volante, elaboração de estratégia para funcionamento dos postos fiscais, incremento na fiscalização de eventos com aglomeração de animais, cumprimento de metas dos programas de sanidade animal, atividades de educação em saúde animal e maior participação do serviço veterinário oficial nas ações do SUS. “Temos ações definidas para cada uma destas 18 recomendações”, finaliza Rodriguez.

Vantagens para a retirada da vacinação

De acordo com a Seapdr, se o Rio Grande do Sul for declarado como zona livre de aftosa sem vacinação, poderá atingir mercados mais exigentes, que atualmente não reconhecem e não compram proteína de animais de zonas com vacinação e que, consequentemente, remuneram melhor. São países como a China, Japão, Coreia do
Sul, Estados Unidos, Chile e Filipinas. Além disso, desde que Santa Catarina e Paraná conquistaram o status sanitário de zona livre de aftosa sem vacinação, o Rio Grande do Sul não pode mais vender para esses estados. Só o Paraná representa 70% dos bovinos comercializados do território gaúcho para outros estados.

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