O governador Eduardo Leite anunciou que o Rio Grande do Sul terá um Terminal Logístico do Arroz (TLA) no Porto do Rio Grande. A assinatura do lançamento do processo licitatório para a administração de uma área que pertencia à Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) foi realizada nesta sexta-feira (14/2), durante a 30ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, no sul do Estado.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, destacou o empenho do governo em buscar alternativas para o setor. Ele também elogiou o esforço do diretor superintendente do Porto do Rio Grande, Fernando Estima, que, segundo o secretário, foi decisivo para a criação do Terminal Logístico do Arroz. “Esse terminal irá valorizar imensamente o nosso produto. Agora, o Rio Grande do Sul precisa buscar novos mercados. Quando isso acontecer, estaremos preparados para exportar nossa produção arrozeira”, destacou Covatti Filho.
Por meio de chamamento público, as empresas irão concorrer a um contrato de transição de seis meses, renováveis por mais seis meses. O Arrendamento Transitório viabilizará a operacionalidade de área portuária até a conclusão dos procedimentos licitatórios previstos pela Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Antiga demanda do setor orizícola gaúcho, o terminal irá facilitar a logística e impulsionar as exportações do arroz produzido no Estado. O local tem mais de 60 silos, com capacidade total de armazenamento de cerca de 50 mil toneladas.
Estrutura para competitividade
O governador destacou a importância do setor orizícola gaúcho, tendo em vista que o RS é o maior produtor do cereal no país, cerca de 70% da produção nacional de arroz irrigado, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“Ganho de competitividade depende de melhorias em estrutura logística. Esse é um foco do governo do Estado. Pela primeira vez teremos um espaço dedicado à exportação do arroz através do Porto do Rio Grande. Isso vai melhorar a qualidade e diminuir os custos dos produtores”, afirmou Leite.
A 30ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz teve como tema a “integração para a sustentabilidade”, que reflete os desafios da orizicultura. Organizado em parceria pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o evento reúne produtores, pesquisadores e representantes de empresas especializadas. A busca de uma produção sustentável do ponto de vista ambiental, social e econômico é tida como a principal maneira de conferir viabilidade à atividade.
Durante os três dias de programação, mais de 20 empresas expuseram tecnologias para o arroz, soja e culturas de terras baixas. O evento também contou com demonstrações a campo e estandes de serviços, máquinas e equipamentos para o setor orizícola. A troca de conhecimento na área de inovação e o debate de políticas públicas em níveis estadual e federal também fazem parte das discussões.
O evento contou a colaboração do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que está celebrando 80 anos de trabalhos voltados à lavoura arrozeira do Estado. Durante a cerimônia, a autarquia foi homenageada através da simbólica “Pá do Arroz”, quando a Federarroz presta o seu reconhecimento àqueles que se destacaram no setor arrozeiro. Dois servidores do Irga receberam a distinção neste ano: a pesquisadora Mara Grohs e o assessor José Carlos Pires.