A colheita da safra da uva no município está em pleno desenvolvimento, somente na Vinícola Almadén a expectativa é colher mais de 4 milhões de quilos da fruta
As coxilhas verdejantes do pampa gaúcho, onde o gaúcho centauro galopeava as tropas gordas de gado, aos poucos vão dando espaço para novas culturas que chegaram para ficar e também para diversificar a nossa matriz produtiva. Em vez da boina, lenço e bombachas largas, o chapéu de palha e o macacão fazem parte da indumentária deste trabalhador rural, que vê na colheita da uva uma oportunidade para uma renda extra durante a safra de verão. Com uma sensação térmica que se aproxima dos 40 graus, a colheita da uva no município segue em ritmo acelerado. Na vinícola Almadén, por exemplo, a colheita iniciou no dia 20 de janeiro com a expectativa de colher mais de 4 milhões de quilos de uva nos 450 hectares plan
tados na região de Palomas. Segundo o chefe da unidade, Fabrício Dominguez, o clima seco e a estiagem têm favorecido o desenvolvimento das plantas e contribuído também com a doçura das frutas, ao contrário do que vem acontecendo em outras culturas no estado. “Este ano a gente iniciou a colheita um pouco mais tarde por causa das condições climáticas do ano passado no período de inverno que acabaram contribuindo para esse atraso. Mas, por outro lado, enquanto em algumas regiões do estado, os produtores estão tendo alguma perda por consequência da seca, aqui nós não temos esse problema e a colheita segue dentro da normalidade que a gente previa. Até esta primeira semana de fevereiro a gente já colheu quase 1 milhão e meio de quilos enquanto a nossa previsão é colher em torno de 4 milhões e meio de quilos de uva para fabricação do nosso vinho e a colheita está andando muito bem”, destacou. Domingues disse ainda que a chuva irregular e mal distribuída favorece bastante a produção de uvas que estão com cachos bem cheios e com uma qualidade excelente. “Essa seca favorece bastante a produção. Tanto que aqui nós estamos acostumados com isso, já é histórico aqui nesta região da Fronteira chover pouco nestes meses de verão. O que, infelizmente, para o pessoal da pecuária e da soja é ruim. Para nós é muito bom” disse.
Debaixo do sol escaldante de quase 40 graus, a única maneira de se proteger são os chapéus de palha de abas largas e o macacão na hora da colheita nos vinhedos que vão se desenhando paisagem afora. A colheita da uva acaba gerando uma quantidade significativa de empregos diretos e indiretos. Somente nesta safra foram
contratadas 125 pessoas. “Nós temos a previsão ainda de contratar pelo menos mais 20 pessoas. Porque como atrasou o plantio, as uvas do início e as do meio estão em seu período normal a gente teve uma intensificação dos trabalhos agora. Nós queremos chamar, pelo menos, mais uma equipe, além é claro da colheita mecânica que também está a pleno vapor” comenta. Sobre a produção nos vinhedos, Fabrício destaca que dos 450 hectares plantados espera-se colher 10 toneladas por hectare e isso graças ao período chuvoso nos meses de primavera que colaboram para o desenvolvimento das plantas. (Fotos: Matias Moura)