Dengue, Chikungunya, Zika e Leishmaniose são apenas as principais doenças que podem atingir a cidade
O município está em alerta. Com 1.076 focos registrados em 2020, deixa a vigilância epidemiológica em atenção, a quantidade de focos é muito superior aos anos anteriores. Em 2018, foram registrados 649 focos do mosquito Aedes Aegypti, o mosquito que é popularmente conhecido como mosquito da dengue ou pernilongo-rajado, uma espécie de mosquito da família Culicidae proveniente da África, atualmente distribuído por quase todo o mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais.
Os focos estão igualmente distribuídos: 50% em pneus descartados irregularmente em terrenos e outros locais sem o devido cuidado e os outros 50% estão em lixos, locais irregulares e pontos de descarte sem regulamentação. Segundo o coordenador da vigilância epidemiológica Paulo Henrique Vargas, o risco é alto e a população precisa contribuir: “Estes focos que descobrimos, estão sendo manejados e notificados aos proprietários. Precisamos muito do apoio da população, pois o governo federal não enviou o produto que utilizamos para fazer o famoso fumacê, então é de fundamental importância a conscientização de todos para evitarmos uma epidemia no município”, conta.
Quais doenças o Aedes Aegypti pode transmitir?
Dengue – É uma doença viral transmitida por mosquitos que ocorre em áreas tropicais e subtropicais. Os sintomas são febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e articulares. Em casos graves, há hemorragia intensa e choque hemorrágico (quando uma pessoa perde mais de 20% do sangue ou fluido corporal), o que pode ser fatal. O tratamento inclui ingestão de líquidos e analgésicos. Os casos graves exigem cuidados hospitalares.
Chikungunya – Transmitido pelo mosquito da dengue, os sintomas geralmente aparecem depois de uma semana de infecção. Febre e dor nas articulações surgem subitamente. Dor muscular, dor de cabeça, fadiga e erupção também podem ocorrer.O tratamento visa aliviar os sintomas. A maioria das pessoas se sente melhor em cerca de uma semana.
Zika vírus – Na maioria dos casos, não há nenhum sintoma. Em alguns casos, o Zika pode provocar paralisia. Em gestantes, pode causar defeitos congênitos subsequentes. Quando presentes, os sintomas são leves e duram menos de uma semana. Eles incluem febre, irritação na pele, dor nas articulações e olhos vermelhos. Não há vacina ou tratamento específico. O foco está em aliviar os sintomas e inclui repouso.
Doenças transmissíveis pelo Mosquito Palha
O mosquito-palha é o maior e de mais ampla distribuição geográfica, com infestações desde os Estados Unidos até o norte da Argentina. Este inseto é o principal transmissor da leishmaniose.
A leishmaniose visceral é transmitida pela picada do mosquito-palha. Esse tipo de leishmaniose afeta os órgãos internos, geralmente baço, fígado e medula óssea. Algumas pessoas não apresentam sintomas. Em outras, os sintomas podem incluir febre, perda de peso e inchaço do baço ou fígado. Existem medicamentos para eliminar os parasitas. Se não forem tratados, os casos graves costumam ser fatais.
Livramento possui 8 casos de leishmaniose, todos em caninos. Nestes casos, os animais vieram de cidades próximas e que tem o vetor infectado. No município ainda não foi confirmado nenhum caso com contração local. Vale lembrar que os casos em animais têm cura com tratamento, em humanos a doença não tem nenhum tipo de cura.
O cuidado é fundamental
“Eu, como coordenador da vigilância epidemiológica, peço ajuda para toda a comunidade santanense. Nós temos o poder de mudar toda essa situação, precisamos de um pouco de cada um, para assim fazermos a mudança. Os agentes estão visitando as residências e peço que sejam recebidos. Somente com o trabalho dos agentes e a contribuição de todos os santanenses poderemos reduzir esse número de focos e evitar um surto de várias doenças por falta de cuidados com os mosquitos. Ajude, colabore para que essa epidemia não seja instaurada em Livramento”, ressalta Paulo.
Efetuar o uso de inseticidas e larvicidas, limpar as calhas, colocar areia nos vasos de plantas e evitar o acúmulo de água são alguns pontos principais para evitar a proliferação das larvas de mosquito. A epidemia de doenças está a pouquíssimos passos, o mosquito já está na cidade, faltando somente o mosquito contaminado.
João Victor Montoli | [email protected]