Mau cheiro de suas fezes gera reclamação de moradores
Um problema que dura mais de cinco anos. No início, um grupo pequeno fazia a concentração no Parque da Hidráulica, no Departamento de Água e Esgotos (DAE). Nos últimos três anos, as aves mudaram seus hábitos e transformaram as árvores em um ponto natural de recarga e local de reprodução.
Quem passa pela linha divisória, próximo ao parque do DAE, pode facilmente avistar as aves nas copas dos eucaliptos. Os animais chegam durante a primavera e ficam até o mês março aproximadamente. Sua temporada de passagem pela cidade também é para a reprodução de sua espécie. Os casais montam os ninhos, cada ave choca de 4 e 5 ovos e as crias deixam seus ninhos após 30 dias. O barulho no final das tardes é grande e o acúmulo de fezes também. Suas fezes liberam um cheiro forte, muito parecido com o cheiro de amônia, um produto químico perigoso, que caso seja inalado, pode causar tosse, chiado no peito, falta de ar, asfixia e queimar as vias aéreas superiores.
Segundo o biólogo Thiago Reis existe no Ministério Público de Livramento, desde 2018, um pedido de autorização para a remoção das aves desta localidade. Moradores fizeram petições neste sentido e reclamam do mau cheiro, mas também há o perigo de contaminação por estarem muito perto do Centro Hospitalar Santanense (CHS). “As fezes desta garça podem acarretar em doenças, além de prejudicar o solo e bloquear as folhagens das árvores, sendo um obstáculo para a fotossíntese e provocando a morte de algumas plantas”, comenta.
O habitat natural da garça-vaqueira é no campo de pastagens, principalmente ao lado do gado, onde se alimenta dos carrapatos que se desprendem do corpo de bois e demais animais.
Para o Engenheiro Agrônomo, Rafael Nunes, as fezes no solo se tornam um perigo, tanto para a vegetação como para os seres humanos que possam ter contato: “O comprometimento do processo de fotossíntese também é uma questão a ser estudada”. Enquanto profissionais estudam o que fazer com a presença das garças na cidade, as garças continuam fazendo morada na região central e se reproduzindo a cada ano nas copas das árvores.
João Victor Montoli | [email protected]