Parlamentar participou, na Capital Gaúcha, de mobilização em conjunto com outros municípios do interior
A grande mobilização proposta pelo vereador santanense Antônio Zenoir, envolvendo mais de 150 municípios gaúchos e sugerindo a retirada do regime de urgência na tramitação, na Assembleia Legislativa, do pacote de medidas para ajuste econômico, administrativo e fiscal do Estado, surtiu um efeito imediato e positivo junto aos parlamentares gaúchos. A sugestão do vereador foi entregue pessoalmente por ele, acompanhado da presidente da Cpers/Sindicato, professora Helenir Aguiar Schürer, e de representantes de alguns dos municípios que também se manifestaram formalmente contra o pacote, ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Luís Augusto Lara, na tarde de terça-feira.
Servidor público de carreira, com 30 anos de atuação no magistério, o vereador Antônio Zenoir desde o início manifestou sua solidariedade ao movimento dos professores e demais funcionários estaduais, que terão seus direitos e conquistas duramente atingidos pelas medidas propostas pelo Governo do Estado. “Esse conjunto de medidas, que nós, servidores, estamos considerando o verdadeiro pacote da maldade, é extremamente duro contra o funcionalismo e, por consequência, contra toda a sociedade gaúcha, porque com certeza vai ter um impacto direto, imediato e profundamente negativo na economia, porque não há como desconhecer a importância que o servidor tem, como consumidor, na estrutura de nossa economia”, alerta Zenoir.
“Acima de tudo, porém, esse movimento fala principalmente da dignidade, do respeito que o funcionalismo merece, do reconhecimento a tudo aquilo que já fizemos pelo povo gaúcho, pelas nossas crianças, a nossa cultura, o crescimento e desenvolvimento do nosso Estado, enfim”, justifica. No documento encaminhado à Assembleia Legislativa, Zenoir propõe a retirada do regime de urgência estabelecido para a tramitação das matérias “para permitir aos deputados estudar com maior atenção as propostas do Governo e ouvir o clamor dos servidores, estudar alternativas e quem sabe contribuir de fato na busca de saídas mais positivas, que realmente ajudem a melhorar a situação administrativo-financeira do Estado mas não sacrifiquem tanto aqueles que são os grandes responsáveis pelas coisas positivas que este mesmo Governo fez pelo povo gaúcho ao longo de toda nossa história”.
Zenoir apresentou a propostas a várias lideranças de classe dos servidores gaúchos e a representantes dos mais de 150 municípios gaúchos que acompanharam a iniciativa da Câmara de Vereadores de Livramento de se manifestar formalmente, através de Votos de Repúdio, contra o pacote de medidas do Governo do Estado. A Câmara de Vereadores de Livramento foi a primeira no Estado a aprovar a moção de repúdio, levada ao conhecimento de cada um dos 55 deputados gaúchos por uma comitiva integrada pelo próprio vereador Zenoir, autor da proposta, e pelos colegas Leandro Ferreira e Ulberto Navarro “Garrão”. A partir dessa iniciativa, outros municípios começaram a votar e aprovar manifestações formais de contrariedade ao pacote de medidas que tramita na Assembleia gaúcha.
Em Porto Alegre, durante a assembleia geral do Cpers-Sindicato, a proposição foi relatada pela professora Helenir e, literalmente, ovacionada por professores de todo o Rio Grande do Sul presentes no encontro. Após, com o apoio do deputado Luiz Marenco e acompanhado pela presidente do Cpers e representantes de mais de 20 municípios, Antonio Zenoir entregou a sugestão de retirada do regime de urgência da apreciação do pacote ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luis Augusto Lara. Além de Luiz Marenco, outros deputados também se associaram à proposta. O deputado Sérgio Peres solicitou esclarecimentos sobre a proposta de Zenoir, propôs emendas ao projeto e manifestou sua opinião favorável à retirada do regime de urgência para ampla discussão.
Na sequência, outros deputados também se manifestaram a favor. A bancada do MDB, que é a maior na Assembleia Legislativa, anunciou posição contrária à iniciativa em nota oficial, emitida no início da tarde de quarta-feira e assinada pelos oito parlamentares. Na quarta-feira, também a bancada do PSB e um deputado do PP, que integra a base aliada, anunciaram oficialmente que votariam contra o projeto, caso não fossem feitas modificações.