Porto Alegre sediou o primeiro encontro de operadores e fornecedores de de lojas francas de fronteiras terrestres da América do Sul, promovido pela Associação de Lojas Francas da América Latina – Asutil. De acordo com o Dep. Frederico Antunes, a escolha pela capital do RS foi devido a um desafio quando as lojas francas estavam em fase embrionária: o primeiro Estado que abrisse uma loja franca, sediaria o encontro. Atualmente o Rio Grande do Sul é o único Estado da federação a sediar este tipo de empreendimento.
O evento reuniu participantes de 15 nacionalidades, que assistiram palestras com temas relevantes ao setor, participaram de eventos sociais, com destaque para um grande jantar festivo oferecido pelo Dufry, que contou com a presença do governador do Estado, Eduardo Leite. Muitos negócios foram fechados durante o networking time, que contou com a participação dos novos operadores, com lojas francas em funcionamento em Uruguaiana e Jaguarão.
No evento foi esclarecido as diferenças entre as lojas francas brasileiras e os free shops do Uruguai, são três: no Brasil, é possível vender para brasileiros, enquanto no país vizinho não é possível vender para uruguaios. Outra diferença é o Brasil atua com uma pequena lista de apenas três itens, uma lista negativa, ou seja, elenca apenas os produtos proibidos de vender, já no Uruguai a lista é positiva e longa, com cada produto possível de ser vendido em free shop especificado. Por último, no Brasil há uma cota de isenção estabelecida para a venda, enquanto no Uruguai não há limite, ainda que haja um limite de 500 dólares, valor recentemente atualizado, para ingressar no Brasil, com mercadorias adquiridas nos free shops do Uruguai.
Os empresários uruguaios pretendem poder vender para cidadãos de seu país, conforme explicou Carlos Loaiza, da Cámara de empresarios de free shops del Uruguay. A ideia de uma possível lista negativa para o regime uruguaio também pode ser uma mudança bem-vinda. Quanto ao Uruguai não determinar um limite para o valor de venda, é um grande diferencial competitivo do país vizinho.
Ainda não há uma definição para abertura de loja franca em Santana do Livramento, ainda que todos os principais operadores demonstrem grande interesse.
Texto: Fernanda Araújo