Em Livramento, representantes do setor estimam aumento de 20% a 30% no preço final da carne.
É melhor correr para o supermercado, ou açougue logo, e garantir as ofertas antes do final do ano. Porque os representantes do setor supermercadista avisam que o preço da carne irá subir ainda mais. Com isso aquele tradicional assado de final de ano ficará mais caro para o bolso do consumidor. Tudo por conta do aumento das exportações da carne brasileira para a China. Com o crescimento, nas vendas, de um dos principais produtos do agro do país, existe agora uma grande demanda dos frigoríficos por animais para o abate, em contrapartida pouca oferta de boi no mercado.
As exportações brasileiras de carne bovina fecharam o mês de outubro com recorde em faturamento e nos volumes embarcados. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), o volume exportado em outubro foi de 185.537 toneladas, crescimento 15% em relação ao mesmo período do ano passado.
O resultado representa o maior volume mensal já embarcado pelo país e o maior faturamento em um mês. Em relação ao faturamento, o mês fechou com receita de US$ 808,4 milhões, 30% acima do mesmo mês em 2018. Se comparados ao mês de setembro, os resultados de outubro apontam alta de 33% no faturamento e 28% no volume embarcado. Quando se olha o acumulado do ano o resultado também é positivo. De janeiro a outubro de 2019 foram exportadas 1.463.922 toneladas de carne bovina, com receitas de US$ 5,776 bilhões, crescimento de 9,9% e 7,5%, respectivamente ante ao mesmo período do ano passado. ‘
Um dos principais aspectos para esses resultados é o avanço das exportações para a China, que em outubro somaram 65.827 toneladas, crescimento de quase 62% em relação ao mês anterior. Quando se observa os tipos de produtos, as vendas de carne in natura registraram alta de 29,4% em relação a setembro, somando 160.099 toneladas.
O reflexo da oferta do produto já pode ser sentido no mercado local onde os preços já começaram a subir, para o gerente de compras dos Supermercados Righi, José Righi, a tendência é que o produto tenha um aumento de 20% a 30% nas próximas semanas. “Nós já estamos sentindo esse impacto, principalmente por esse fato das exportações. Nos últimos anos a China estava comprando animais vivos e selecionados. E agora não, eles estão comprando carne abatida pelos frigoríficos. Inclusive aqui em nossa região, em São Gabriel, há um frigorífico autorizado a abater para a China e com isso aumentou a demanda. Muita procura e pouca oferta”, destacou.
Somente a empresa Righi é responsável pela compra 2 vezes na semana para 11 supermercados de cerca de 100 toneladas do produto. “Esse aumento vai chegar no bolso do consumidor mais cedo ou mais tarde. A gente espera, porém, que não seja tão violento quanto os frigoríficos e os nossos fornecedores estão anunciando. E, principalmente, que não se concretize porque tudo está subindo e uma hora fica muito difícil para a população” disse.
No Brasil, a carne mais consumida é a de frango, com 45,9 quilos por habitante ao ano, a carne bovina ocupa a segunda posição, com 37,3 quilos por habitante ao ano, seguida pela carne suína, na terceira posição, com 14,4 quilos per capita.
Matias Moura
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