Policiais já paralisaram e professores paralisarão na próxima semana
Agentes da Polícia Civil de todo o Estado aderiram, nesta quarta-feira (13), à paralisação estadual da categoria, que visa chamar atenção para o que consideram “Pacote de Retrocesso”, proposto pelo governo para a Segurança Pública Gaúcha.
A manifestação continuou até a quinta-feira (14).No primeiro dia, a adesão foi maciça em Sant’Ana do Livramento, envolvendo a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e 1ª Delegacia de Polícia. Os passos seguintes da mobilização serão a retomada da Operação Cumpra-se a Lei, convocação de uma Assembleia Geral com discussão de indicativo de greve e a intensificação da pressão sobre os parlamentares para a votação dos projetos da Reforma Estrutural do Estado.
Para o governo, o conjunto de medidas moderniza a legislação sobre carreiras dos servidores e aplica, no RS, as novas regras previdenciárias do setor público, permitindo ao Estado economizar R$ 25 bilhões em 10 anos.
Já para o Inspetor Farias, representante do UGEIRM – Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do RS, os Policiais Civis gaúchos estão sofrendo um dos maiores ataques da história da Polícia Civil doRio Grande do Sul. “Após conviver, há mais de cinco anos, com os atrasos de salários, estamos vendo o governo Eduardo Leite ameaçar seriamente a aposentadoria policial, acenar com redução de salários, fim das promoções periódicas e não reconhecer a Paridade e a Integralidade”, declarou.
O Sindicato diz ainda ser fundamental manter o diálogo com a população, explicando os motivos da mobilização. “É preciso mostrar à população que a nossa luta é por uma segurança de qualidade, com um serviço público que funcione. O principal objetivo da nossa paralisação é a garantia da segurança do povo gaúcho”.
Além dos policiais, os professores também anunciaram greve para segunda-feira (18). A confirmação foi feita por Adriana de Leon, representante do Cpers Sindicato, no município: “Na segunda-feira (11) terminaram de pagar o salário do mês de setembro dos Professores. Este pacote de maldades somente retira os benefícios de todos os funcionários públicos do Estado. O pessoal acha que os privilégios são gigantescos, mas são poucos, um educador básico da rede estadual, por exemplo, tem seu salário-base abaixo de R$ 700. O valor dos privilégios, como Governador fala, não ultrapassa os R$70/80, para quem recebe r$ 700 este valor vai fazer uma grande diferença pois são quase 10% daquilo que ele recebe. Sobre a greve é melhor recuperarmos as aulas perdidas em janeiro e termos uma escola pública ainda para nossos filhos do que não termos o que recuperar. Não termos, quem sabe, o direito de ter uma escola para o nosso filho pois sabemos que a intenção deste governo é somente destruir a educação pública do Estado. Após visitas em algumas escolas daqui do município, quando os pais e os alunos perceberam a nossa realidade também apoiaram nossas manifestações”, esclarece.
João Victor Montoli
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