Adriana de Leon, diretora geral do sindicato, disse que a categoria, em Livramento, já está se mobilizando para uma possível paralisação
Matias Moura
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O governo gaúcho está trabalhando em um texto preliminar do projeto de reforma estrutural que pretende levar em breve à Assembleia Legislativa para apreciação. A proposta contém 117 itens com medidas que visam, segundo o governador, enxugar o Estado. O pacote de medidas do Governo prevê mudanças na carreira de todos os servidores estaduais. Neste documento, Eduardo Leite destaca pontos onde defende a necessidade de mudança estrutural. Segundo o Governador, esta mudança vai impactar em 25 milhões a mais, em aproximadamente 10 anos, proporcionando assim um respiro ao Estado que está totalmente endividado. Segundo Leite, a medida drástica precisa ser tomada antes que o RS paralise em alguns anos por falta de investimentos.
O anúncio do governo gerou uma imediata resposta por parte dos sindicatos, entre eles o CPERS, que decidiu em assembleia que assim que o governador Eduardo Leite protocolar os projetos relativos a mudanças no Plano de Carreira do Magistério, alterações no Estatuto dos Servidores (Lei 10.098) ou Previdência Estadual, o Sindicato comunicará toda a categoria e após setenta e duas horas (72h) depois, entrará em greve para barrar essas medidas que dão fim a planos de carreira e aos ataques ao serviço público.
Segundo Adriana De Leon, diretora geral do 23º núcleo do CPERS, a categoria em Livramento já está se mobilizando para essa grande paralisação. Não só para ela, mas para todos os profissionais da área que lutaram por muitos anos por conquistas e agora, da noite para o dia, podem perder muitos direitos conquistados democraticamente. “Infelizmente nós estamos à mercê de mais uma grande greve. Isso já foi decidido em assembleia. A sociedade precisa entender que nós estamos lutando por todas as categorias, nós não gostaríamos, de jeito nenhum, disso, mas é necessário. Nós estamos há 47 meses sem receber o nosso salário em dia. Recebemos salários parcelados e atrasados, e em muitos casos compramos o nosso salário do patrão, porque, hoje, o maior acionista do Banrisul é o governo do estado. Além, é claro de não receber reajuste há 5 anos. E não bastasse isso, o governo anunciou esse projeto de reforma estrutural do estado que retira todos os tipos de benefícios dos servidores” disse.