A perda do título da Copa do Brasil e a derrota para o Flamengo na última quarta-feira (25) ainda reverberam no Beira-Rio. Antes mesmo de a bola rolar para Inter x Palmeiras, pela 22ª rodada do Brasileirão, a torcida vaiou ao ouvir os nomes de Uendel, Rafael Sobis, Odair Hellmann e Klaus serem anunciados no sistema de som do estádio.
O empate em 1 a 1, que deixou o time na quinta colocação com 37 pontos (um a menos do que o quarto, o Corinthians, que tem um jogo a menos), foi insuficiente para selar a paz dos colorados com o time. Depois de fechar o primeiro turno na zona que garante vaga direta à Libertadores, o Inter deixa o G-4 após três rodadas.
— A gente não vem aqui nos jogos nem vai todos os dias treinar para ser vaiado. Respeito o torcedor, sua manifestação. Não respeito briga, agressão, entrar no CT, em aeroporto. Aí já passa do ponto. Dentro da possibilidade, o torcedor quer que seu time vença. Acho que as vaias são muito mais pela perda da Copa do Brasil do que propriamente o jogo de hoje (domingo) — disse Odair.
Principal alvo das críticas, o treinador também ouviu gritos de burro quando sacou Nonato do time para o ingresso de Wellington Silva no segundo tempo. Após a partida, o assunto foi amplamente explorado durante a entrevista do técnico. Odair admitiu que o ambiente ficou mais pesado depois das cobranças:
— Se me perguntar se eu gosto (das vaias), claro que não. Mas respeito. E se me perguntar: “Isso afeta o clima do jogo para os jogadores?”. Afeta, atrapalha. Alguns jogadores sentem mais, outros menos. Essa atmosfera certamente traz um componente contrário para nós. Mas respeito sempre a manifestação do torcedor.
A impaciência da torcida também incomodou Sobis. Criticado pela participação na jogada em que Cirino deu o passe para o segundo gol do Athletico-PR no Beira-Rio, na final da Copa do Brasil, o atacante ouviu vaias antes de entrar em campo e desabafou ao fim do jogo.
— Pelo que aconteceu, parece que estamos disputando o rebaixamento. Precisamos do apoio de todo mundo. Jogamos contra um grande time. O torcedor não pode esquecer que, há dois anos, o Inter estava numa situação bem diferente. Hoje disputa título, bate de igual para igual com todo mundo. Tem que apoiar. A gente sabe que eles estão machucados, nós também estamos. Acho que quem mais sente é o jogador, porque a gente não dorme direito, já tem que jogar no outro dia, não pode sair na rua que somos ameaçados. Precisamos deles — afirmou o jogador.
A chance de título do Brasileirão diminui a cada rodada para o Inter. Antes da decisão da Copa do Brasil, a distância para o líder Flamengo era de nove pontos. Hoje, três jogos mais próximo do término do campeonato, a diferença subiu para 12. Questionado sobre o assunto, Edenilson desconversou:
— Tudo é passo a passo, jogo a jogo. Não tem como projetar o final. Não podemos remoer senão não jogamos o próximo.
Autor do gol do Inter, Patrick reconheceu que o ambiente não é favorável, mas pediu paciência para que o time possa buscar, novamente, uma vaga na Libertadores:
— O torcedor quer ver o Inter vencer. A gente teve a situação negativa na Copa do Brasil, mas a torcida tem que entender que, para vivermos tudo que vivemos neste ano, temos que classificar para a Libertadores. Temos que fazer nossa parte dentro de campo. A torcida pode reclamar, mas tem que ter a ciência de que precisamos de apoio para poder viver tudo de novo no ano que vem. Se chegarmos numa final, estaremos mais fortes e mais maduros.
Fonte GauchaZH