Lançamento aconteceu nessa semana em Livramento
A escritora santanense Carmen Maria Albornoz Serralta lançou, nessa semana, no Salão Branco da Casa de Cultura Ivo Caggiani, o seu livro As Casas do Passado – território de memória. O livro, editado por Sérgio Paiva, da Editora Sfera, está organizado em partes que são referenciadas como as “Casas”: a de Thomaz e Celina e a Musical. O termo Casa é usado em lato sensu e, consequentemente, não tem rigidez ao espaço físico, mas sim aos campos da memória. Na Casa de Thomaz e Celina, o que está no foco central são muitas as lembranças e interpretações tiradas da convivência da autora com seus avós maternos. Na Casa Musical, o enfoque é a sua paixão musical que é, naturalmente, também conectada a outras manifestações artísticas.
O olhar ao passado vai bem mais além dos temas resumidos pelos títulos. Entre tantos atrativos, no território de memória da Casa de Thomaz e Celina encontram-se preciosas avaliações sobre o tão particular território fronteiriço e a sua contextualização regional e internacional, interconectando e justificando-o inclusive sob a ótica econômica, proporcionando-nos um rico histórico sobre a região.
Há também fascinantes relatos de viagens, ocorridas em momentos incomparáveis. Na parte do território de memórias da Casa Musical, somos brindados com valiosos registros de quase inacreditáveis manifestações artísticas que ocorreram na região. A leitura proporciona avançar além da simples obtenção do registro e induz à reflexão sobre a importância política e humanística da arte. Além disso, os relatos oriundos de uma “memória com suas imprecisões, fantasias e invenções” provavelmente proporcionarão ao leitor “uma outra viagem, também interessante, ao distante passado sob o olhar do presente”.
“Sendo eu a neta mais velha de Thomaz e Celina Albornoz (que dão nome à primeira parte do livro), apreciadora da arte literária e tendo já escrito um livro, indiretamente eu recebia sugestões de familiares para organizar registros de memórias sobre a vida de meus avós, que são pessoas consideradas importantes tanto para a história da família como também para minha cidade pelo olhar da comunidade santanense. Essas sugestões, quase na forma de insinuações, acabaram sendo aceitas e se tornaram uma meta que teve um tempo considerável de amadurecimento até o início dos primeiros rascunhos. Logo após iniciá-los, ficou claro para mim que o que resultaria não era um livro de memórias que ficaria restrito ao interesse do entorno da família, mas sim um livro que abordaria também a época em que eles viveram e as interconexões da cidade onde eles viveram com o território regional e até internacional, principalmente na economia. Assim, a ideia inicial facilmente ultrapassou a fronteira do familiar”, contou a escritora destacando que já tem ideia para um novo livro.