Reportagem: João Victor Montoli
Segundo informações, homem não percebeu que havia atropelado uma pessoa
Apresentou-se na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Sant’Ana do Livramento, o principal suspeito de iniciais S.S de ter atropelado e matado Gabriel da Fonseca da Silva, de 22 anos no último dia 14 de setembro. Após dias de buscas, o suspeito se apresentou com seus advogados. Durante seu esclarecimento, ele disse que achava que tinha atropelado um cachorro.
Além disso, em seu depoimento, informou que estava voltando de um evento onde trabalha como DJ, e que, ao cruzar pelo local do acidente, sentiu um forte impacto mas pensou ter atropelado um animal. Após tomar conhecimento de que se tratava de uma pessoa, ficou com medo e fugiu para a cidade uruguaia de Rivera, após alguns dias de buscas por parte do setor de inteligência da Polícia Civil, surgiu um contato de um de seus advogados informando que ele estava disposto a prestar esclarecimento, porém, tinha medo de sofrer represálias e agressões.
O jovem, de apenas 22 anos de idade, identificado como Gabriel da Fonseca da Silva, se deslocava de sua residência para o trabalho, um supermercado instalado na avenida Daltro Filho, quando foi surpreendido e atingido de forma violenta por uma camionete, cujo condutor fugou do local sem prestar socorro. No local, às margens da BR 158 na altura do Km 566,5, próximo ao trevo de acesso à Urcamp, ficaram apenas as marcas do impacto que dão conta de que o jovem teve seu corpo arrastado por cerca de 50 metros. Com a violência do choque entre o veículo e seu corpo, Gabriel resultou com múltiplas lesões que lhe causaram óbito praticamente de maneira instantânea. Mesmo experimentados em situações semelhantes, boa parte dos profissionais que estiveram no local, tanto do IGP – Instituto Geral de Perícias, quanto Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal, ficaram chocados com a cena. Residente no Jardim Alvorada, a poucos metros do local onde ocorreu o atropelamento, Gabriel costumava percorrer o mesmo trajeto quase todos os dias sempre no mesmo horário a caminho do trabalho.
Para a Delegada Ana Tarouco a expectativa de prisão do autor é baixa: “Infelizmente existem brechas na lei, nossa dificuldade como policia é grande, no caso dos delitos de trânsito a pena é risível, de apenas 4 anos, majorada por conta da omissão de socorro. A pena é muito baixa e até mesmo em sua condenação pode ser que ele não venha a ser preso e a pena seja convertida em outro tipo de prestação, isso claro, trabalhando com futurologia”, esclarece.