Pronunciamento do líder da Câmara contraria suposto pedido de Bolsonaro a parlamentares para aliviar mudanças.
Ao contrário do que disseram diversas lideranças partidárias, no começo da noite desta quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirma que o novo voto do relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), não trará regras mais brandas para os policiais que servem a União. Ele chegou por volta de 19h30min à sala da Comissão Especial que analisa a proposta da reforma.
“Uma concessão a policiais poderia gerar efeito cascata”, disse Maia, após reunião com Moreira e o presidente da Comissão Especial , Marcelo Ramos (PL-AM).
Mais cedo, líderes haviam afirmado que existiria um acordo para que os policiais que servem a União se aposentassem com idades menores, de 52 anos para mulheres e 53 anos para homens. No voto complementar lido, a idade mínima para ambos os gêneros na categoria era de 55 anos.
Os mesmo líderes disseram que o presidente Jair Bolsonaro teria pessoalmente ligado para os parlamentares solicitando a mudança. “Bolsonaro deve ter ligado para parlamentares. É legítimo que o presidente ache que um bom acordo é melhor que um confronto”, avaliou Maia.
Maia confirmou, porém, que não haverá nenhuma menção a Estados e municípios no novo texto. O voto complementar lido por Moreira autorizava os entes a cobrarem contribuições extraordinárias dos servidores. A Comissão Especial deve abrir nesta noite sessão para votar requerimentos e para a leitura do novo voto de Moreira. Maia disse estar otimista para o início do processo de votação do texto, mas lembrou da existência de requerimentos que precisam ser analisados antes. “Se não conseguir chegar no mérito hoje, fica para amanhã. A comissão deve encerrar os trabalhos nesta semana”, completou.
Fonte: Correio do Povo
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr / Divulgação CP