A situação das creches da Simon Bolívar e da Vila Brasília está parecida com a usina de asfalto: abandonada. Segundo o Secretário de Obras, a questão é que as creches estão judicializadas e falta maquinário adequado para operacionalização da usina
Um descaso com o dinheiro público. Assim pode ser definida a situação das obras das creches na Simon Bolívar e Vila Brasília. A obra financiada pelo Sistema Pró-infância, do Governo Federal, teve início em meados de 2014 e não foi concluída pela empresa MVC que abandonou a construção após decretar falência.
Com o abandono das obras pela citada empresa, criou-se um jogo de empurra-empurra entre Governo Federal que diz que quem deveria zelar pelo patrimônio seria o Município, enquanto o Município alega que ainda não recebeu a obra concluída.
Enquanto essa queda de braço não é resolvida, a obra vem sofrendo vandalismo, depredações e furtos constantes como é o caso dos portões, grades, portas, placas, fiação e, o mais agravante de tudo, o telhado que está sendo levado aos poucos. Essas duas edificações que começaram a ser erguidas eram as duas primeiras do contrato que previa a construção de 4 creches modelo padrão com capacidade de atender até 250 crianças cada.
Cada creche obteve um orçamento inicial de 2 milhões de reais por possuir uma tecnologia inovadora que utilizava placas de fibra de vidro com isolamento térmico. Hoje, com o abandono da obra, as estruturas estão em ruínas causadas pela intempérie e pela ação de vândalos.
A reportagem do Jornal A Plateia conversou com o Secretário de Obras do Município, engenheiro Ricardo Dutra, que disse lamentar a situação em que as obras se encontram e que, infelizmente, o município está de mãos atadas. Segundo ele, essa questão está judicializada e a prefeitura está buscando uma alternativa junto a Brasília para tentar utilizar o restante do valor depositado, para construção das creches, que foi bloqueado depois que a empresa encerrou as atividades. “Essa questão está na Justiça e a gente acaba ficando engessado para tomar uma ação. O que nós estamos tentando é fazer um acordo para tentar utilizar o restante deste saldo para a construção de pelo menos uma creche. Pelo menos, num primeiro momento, em uma delas para tentar salvar essas obras. Ainda essa semana estive olhando o saldo que tem de cada processo e a gente está agendando uma visita com o Prefeito, lá em Brasília, juntamente com outros prefeitos para buscar uma solução para o problema. Nós já vimos inclusive uma outra tecnologia que aproveita a fundação que foi feita. O nosso objetivo é tentar salvar pelo menos uma dessas obras”
Enquanto uma solução definitiva não é tomada, as obras continuam lá sofrendo todo o tipo de furto e depredação.
Uma usina de incertezas
Ricardo disse que não está descartada a utilização do equipamento após avaliação de preço e custo benefício. Enquanto isso não ocorre a usina de asfalto continua produzindo apenas incertezas em relação a sua utilização no futuro.