A hora da janta de Mike tem um ritual: ração, Luiz e, claro, música
É hora da refeição. Mikenelson, um golden retriever de seis anos, recusa-se a jantar. Seu meio irmão, Diamante, e uma das irmãs felinas comem. Ele olha a comida, bebe água e deita no chão. Mesmo com a sua “mãe” falando para ele comer a ração, ele espera por algo. É só depois que seu “pai” começa a bater palmas e se aproximar que ele levanta. Mikenelson tem um hábito peculiar: ele só come a ração quando Luiz canta uma música.
Carla Altman, moradora de Toledo, no Paraná, “mãe” de Mike, contou essa história em um grupo do Facebook na última semana. A história viralizou, tendo mais de 7 mil compartilhamentos. “Juro para vocês! Se não cantar, ele não come”, dizia na postagem. Nos comentários, os usuários comentavam como era engraçado o ritual do golden e pediam um vídeo mostrando. Foi aí que Carla gravou a cena que viralizou:
TÁ AÍ O VÍDEO DO PAPAI DO MIKENELSON PRA QUEM QUERIA VER, GENTE ?
Publicado por Arrombadinhos FOFOS Do Kralho em Quinta-feira, 13 de junho de 2019
Mikenelson — nome usado apenas em ocasiões em que Carla está irritada com ele — sempre foi muito enjoado para comer. Biscoitos e patês eram misturados junto à comida para que ele se alimentasse. Após começar o relacionamento com Luiz Felipe Turmina, que é adestrador de cães, ele sugeriu tentarem uma alternativa mais saudável, para que o golden não ficasse tão “mimado”.
Em entrevista para GaúchaZH, Carla contou que eles começaram a mexer no pote, bater palmas, fazer “festa” durante as refeições. Perceberam que deu resultado e continuaram a experiência. Um dia, Luiz começou a brincar e a cantar para Mike. E acabou dando mais certo do que ele imaginava.
— Com a repetição, ele começou a se acostumar. Entendeu aquela dinâmica. Eu, o pote e a musiquinha significava que era hora de comer — explica Luiz, acrescentando que a música nunca é a mesma.
E quando o “pai” não canta, ele sente que um dos elementos de sua rotina está faltando, e aí não come. Carla até pode tentar cantar, e se ele estiver com muita fome, pode se alimentar, mas não é o que ele quer.
Adoção
O cachorro foi doado por um conhecido a um ex-namorado de Carla, que a presenteou com o animal. Apesar de sempre querer um golden retriever, ela ficou um pouco insegura no começo. Grande, de porte adulto, Mike já tinha as manias dele.
— Ele era outro cachorro quando eu o peguei. Muito assustado, fazia xixi com qualquer movimento que eu fazia — diz Carla.
Conversando com o homem que doou o golden, Carla descobriu que ele nasceu em uma fazenda que cruzava os animais para vendê-los. Como Mike não tinha os traços bem definidos da raça, acabou ficando para trás. Quando cresceu, o dono tentou se desfazer dele de todas as maneiras, até chegar em Carla.
— Ele é um cachorro traumatizado por causa dessa experiência. Tem muitas cicatrizes no rabo, tem medo de trovões e muito, muito medo de homens. Não sei bem o que aconteceu — conta a dona.
Mas o carinho da Carla foi essencial para o cachorro, que logo começou a melhorar e se tornou um animal extremamente dócil. A convivência também era essencial para a dona:
— Ele foi um dos remédios para não entrar em depressão e não ter crises de pânico.
Depois de um tempo solteira, ela conheceu o Luiz no Instagram. Ele curtiu umas fotos do Mike para chamar a atenção dela. Começaram a se falar, saíram e estão juntos desde então.
— Normalmente, quando as pessoas começam a morar juntas, a gente diz que elas juntam as escovas. Nós juntamos os cachorros — brinca Luiz.
Além de Mikenelson, Luiz Felipe trouxe um cachorro chamado Diamante, e, juntos, eles adotaram três gatos (Coiso, Brigitte, Jaguara), um spitz alemão chamado Noah e a pitbull Flor.
Aos poucos, Luiz foi conquistando Mike e usando seus dotes como adestrador para ajudá-lo a perder um pouco o medo de homens.
— Somos uma família feliz, todos os bichinhos têm vida de rei aqui — afirma Carla.
Fonte GauchaZH