A Agência Nacional de Mineração informou nessa segunda-feira (20) que o rompimento do talude do complexo da Mina de Gongo Soco, da Vale, no município de Barão de Cocais, em Minas Gerais, deve acontecer até o próximo sábado. A barragem é do mesmo tipo da que se rompeu em Brumadinho, em 25 de janeiro.
Conforme a agência, que interditou o complexo na última sexta-feira (17), o talude norte da cava de Gongo Soco estava se deslocando 10 cm por ano desde 2012, um deslocamento aceitável se considerada a dimensão da estrutura.
Em nota publicada nesta segunda-feira, a assessoria da agência de mineração informou que desde o fim de abril a velocidade do deslocamento do talude da barragem vem aumentando 5 cm por dia. E, se a aceleração continuar, o rompimento pode ocorrer entre os dias 19 e 25 deste mês. Mas a própria agência confirmou que no domingo o deslocamento já havia atingido 7 cm por dia.
O estrago que o rompimento da barragem da Mina de Gongo Soco pode causar na região de Barão de Cocais poderá ser ainda maior do que o previsto no relatório apresentado pela Vale, empresa responsável pela mina.
O alerta é do Grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade, composto por pesquisadores e alunos com formações diversas, que se utiliza de conhecimentos econômicos, geográficos, sociológicos e de políticas públicas para analisar e avaliar os impactos que as redes de produção associadas à indústria extrativa mineral geram para a sociedade e para o meio ambiente.
Segundo o engenheiro do grupo Bruno Milanez, as projeções apresentadas no relatório da Vale subestimaram a capacidade destrutiva da onda, por não levar em consideração o aumento de sua densidade por conta dos objetos de médio e grande porte que seriam arrastados ao longo do percurso.
Fonte EBC