Conheça a história de superação de duas mães que não perderam a esperança na batalha contra o câncer
Uma das principais origens do dia das mães acontece na Grécia Antiga, os primeiros indícios de comemoração desta datamostram os gregos prestando homenagens à deusa Reia, mãe comum de todos os seres. Nesse dia, os gregos faziam ofertas, oferecendo presentes, além de prestarem homenagens à deusa. No Brasil sempre é comemorado no segundo domingo do mês de maio.
Para homenageartodas as mães, o Jornal A Plateia realizou uma reportagem especial, contando um pouco da vida de duas mães assistidas pela Liga Feminina de Combate ao Câncer, Conceição Monteblanco da Luz, de 51 anos, e Luiza Rodrigues Moraes, de 60 anos.
Descoberta
Dona Conceição é mãe do Gustavo, de 9 anos, foi diagnosticada com câncer de mama em 2011, ela conta como descobriu o câncer: “Eu sofria agressões do meu ex companheiro, em uma dessas agressões, eu grávida do Gustavo, fui atingida por um soco na minha mama esquerda, senti muita dor por dias, mas não me preocupei, essa dor foi se tornando cada vez mais forte e após uma série de exames foi constatado que desse soco surgiu um tumor maligno, no começo o impacto com a notícia foi muito forte, eu quase entrei em depressão. Como eu estava grávida, não pude iniciar o tratamento de imediato”, contou.
Tratamento
Por estar grávida, Conceição não pôde começar logo o seu tratamento, o que agravou mais seu estado: “Tive que esperar meu filho completar dois anos para poder iniciar o tratamento, com isso o quadro já tinha se agravado. Toda a semana eu viajava para Urguaiana para fazer o tratamento com quimioterapia e também radioterapia e tive que retirar totalmente a mama”, disse.
Reação da família
Ela comenta que a sua família é seu filho: “A minha família sou eu e ele, infelizmente não tenho ninguém da minha família próxima a mim, após a separação eu não tinha para onde ir, foi a Liga Feminina de Combate ao Câncer que conseguiu essa residência onde eu moro hoje”. Apesar de somente ter seu filho ela comenta que sempre teve uma relação bem aberta com ele sobre sua doença: “Eu sempre falo para ele sobre meu estado, passo tranquilidade para ele que tudo é no seu tempo, sempre tento ser mais clara possível sobre isso. Ele me cuida muito, sempre quando está em casa ele me convida para tomar chimarrão, chá, conversa muito comigo e sempre fica do meu lado perguntando se está tudo bem e se não preciso de alguma coisa”.
Medo
Um dos maiores receios que Conceição tem é sobre seu filho: “Eu ainda não estou curada, provavelmente terei que continuar me tratando, tenho medo de não conseguir terminar o tratamento e deixar meu filho pequeno no mundo sem ninguém, ou em mãos de estranhos. Ele tem apenas 9 anos, eu sou evangélica, peço para Deus que me permita criar ele e deixá-lo encaminhado para a vida adulta”.
Conselho
Bem humorada,Conceição finaliza a entrevista dando conselhos para a prevenção do câncer de mama: “Nunca deixe de realizar o autoexame além do exame anual. O homem também pode ter este tipo de câncer, então não deixe de fazê-lo, quando notar algo anormal, vá o quanto antes consultar, mantenha a cabeça erguida, Deus nunca te dará um fardo que não possa carregar”, concluiu Conceição.
Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a características próprias de cada tumor. Existe tratamento para câncer de mama, e o Ministério da Saúde oferece atendimento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
O câncer de mama é o tipo da doença mais comum entre as mulheres, no mundo. No Brasil, depois do câncer de pele não melanoma que corresponde acerca de 25% dos casos novos a cada ano, esse percentual é de 29%.
Conheça a luta de Luiza
Alguns casos podem ser mais severos como o da dona Conceição, que teve de retirar sua mama, em outros casos o tratamento, quando descoberto em seu estágio inicial podem não ser tão invasivos, como foi o de Luiza.
Descoberta
Luiza Rodrigues Moraes, casada com Ronaldo Moraes, tem 60 anos, dois filhos (Ronaldo Júnior e Rivelino Moraes),ela teve câncer de mama em 2009: “Eu descobri o câncer de mama fazendo um exame de rotina, sempre fazia nos meses iniciais do ano, porém naquele ano ela adiou por alguns meses e neste exame foi diagnosticado nódulos cancerígenos profundos e do tamanho de um grão de arroz”, conta.
Tratamento
Ela conta que seu tratamento teve três fases: intervenção cirúrgica, radioterapia e quimioterapia. “Realizei a cirurgia para a retirada dos nódulos aqui na Santa Casa de Livramento, como estava em estágio inicial a mama não foi comprometida, sendo reconstruída posteriormente, após essa cirurgia fui encaminhada para Uruguaiana onde realizei as sessões de quimioterapia e radioterapia”, falou Luiza.
Reação da família
Luiza conta que sua reação foi otimista: “Quando descobri, parece que tinha levado um choque no primeiro momento, mas nunca deixei que isso me abalasse, sempre tive fé. Meus filhos ficaram preocupados, com razão, pois o câncer é uma doença seríssima que deve ser tratada imediatamente, meu filho mais velho estava com as malas prontas para ir para Porto Alegre, pois tinha recém ingressado na Brigada Militar e deveria fazer a academia e não queria ir, eu conversei com ele tranquilamente e o acalmei”.
Cura do câncer
No final de 2011 Luiza teve a confirmação de seu médico que estava curada e livre do câncer, “A alegria foi imensa, sempre acreditei que ia me curar e isso se concretizou. Mesmo com a cura, eu nunca deixei de me cuidar, sempre realizo os exames para ver se está tudo certo com meu corpo, me considero uma pessoa abençoada”.
Conselho
Luiza sempre indica a todos os conhecidos a realizarem seus exames regularmente, “Foi em um exame de rotina que eu descobri, por ter sido cedo não perdi a mama. Se eu fosse uma pessoa descuidada com minha saúde talvez eu não estivesse aqui te dando esta entrevista”, finalizou Luiza.
Mensagem
Ser mãe não é apenas amar e cuidar do seu filho é também ser cuidada.Ser mãe é uma bênção de Deus, mas também é uma grande responsabilidade. Amor é pouco para definir o que se sente pela pessoa mais importante de nossas vidas, nunca seremos capazes de demonstrar tudo o que sentimos por ela, que o mundo e as famílias de cada uma, retribuam sua dedicação e seu amor ao triplo. Feliz dia das Mães!
João Victor Montoli – [email protected]