Vereador relator da Comissão Parlamentar de Inquérito calcula ao menos
vinte dias para entregar o relatório de conclusão do processo
Depois de tantos percalços e tentativas de barrar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurara supostas fraudes no processo seletivo realizado pela Prefeitura de Sant’Ana do Livramento para contratar profissionais para a Secretaria de Educação do Município, os vereadores afirmam que os trabalhos já chegaram na fase final.
Em uma entrevista nessa semana, o presidente e o relator da Comissão, vereadores Carlos Nilo (PP) e Marco Monteiro (REDE), falaram sobre o trabalho desenvolvido há mais de dois meses. “As contradições estão expostas, erros grotescos dentro do edital, atas existentes de consertos de erros de edital. Foi tudo mal feito dentro dos princípios da administração pública. Um processo seletivo totalmente esdrúxulo”, afirmou Nilo dando o exemplo de um questionamento a respeito da participação da procuradora do Sisprem, Valeria Argiles, no processo de avaliação. “Há poucos dias nós fizemos uma pergunta ao Executivo sobre qual foi a participação da procuradora Valéria no processo, e eles nos responderam por ofício que não houve nenhum envolvimento dela. Já em gravações, a própria secretária de Educação e todos que participaram de vários episódios do processo afirmaram que ela estava lá ajudando a fazer a averiguação dos envelopes, ou seja, é uma contradição total de coisas básicas, coisas simples”, destacou o presidente da CPI.
Segundo o relator, o trabalho de conclusão deve ser feito em até 20 dias, e depois o relatório poderá ser aprovado ou rejeitado pelos vereadores no plenário João Goulart. Para Marco Monteiro, alguns pontos ficaram obscuros durante as apurações, mas será possível, mesmo assim, fazer um bom relatório. “Ficou comprometida a CPI por falta de alguns documentos, mas nós já temos elementos suficientes para apontarmos algumas irregularidades no nosso ponto de vista”, afirmou.
Questionado sobre os impactos da CPI no processo seletivo, tendo tantas pessoas supostamente lesadas na hora da seleção, Monteiro disse que se torna delicada qualquer decisão por se tratar do desenvolvimento da Educação dos alunos da rede pública municipal. “A CPI não vai impactar no processo seletivo que já foi feito, porém, se estivéssemos em outra secretaria, que não fosse prejudicar os alunos, acredito que o Executivo deveria voltar atrás e anular o processo seletivo”, apontou.