Foi uma estreia molhada. E fria. Mas com o resultado esperado, uma vez que o Inter mandou o time reserva para a abertura do Brasileirão. Inter e Chapecoense precisaram encarar o temporal antes do jogo na Arena Condá.
Com o gramado encharcado, os dois times foram a campo na noite deste sábado (27). E, como ocorreu nas outras quatro partidas coloradas na cidade catarinense, nova derrota. Desta vez, por 2 a 0, com o primeiro gol de pênalti, marcado via VAR. Depois da primeira derrota no Campeonato Brasileiro, o Colorado terá uma pedreira de verdade na segunda rodada: o Flamengo, no feriado de 1º de maio, no Beira-Rio.
Sob chuva, com a bola que nem sempre rolava no gramado, e tendo nas arquibancadas um desfile em diversos tons de capas de chuva, Chapecoense e Inter tinham dificuldade na evolução. As trocas de passes se limitavam a dois ou três antes de inevitável chutão para a frente. Até os 20 minutos de jogo, cada equipe tinha um chute de fora da área defendido pelo goleiro adversário. E só.
O Inter teve um maior domínio das ações, conquistou diversos escanteios, cruzou muitas bolas na área, mas nada de chute a gol. A Chapecoense reagiu ao final do primeiro tempo e, aos 42 minutos, o árbitro Raphael Claus consultou o VAR e marcou pênalti (o primeiro da história do Campeonato Brasileiro, via VAR) de Emerson Santos, que ergueu o braço e cortou a trajetória de um cabeceio. Aos 46, o pênalti foi cobrado e convertido por Everaldo. Marcelo Lomba saltou na canto certo, mas não conseguiu defender.
— Bateu no braço, mas foi um segundo lance. Fomos orientados de uma forma e ele marcou de outra — lamentou Emerson Santos, no intervalo, mostrando algum desconhecimento da regra.
No segundo tempo, com o gramado um pouco menos molhado, apesar da chuva intermitente, o Inter tentou ao menos empatar. Aos 6 minutos, após cruzamento de Sobis para a área, Neilton bateu e Tiepo defendeu. No rebote, Emerson Santos concluiu e o goleiro pegou de novo. Em seguida, Odair sacou Camilo e colocou Jonatan Alvez no jogo.
O Inter aumentou a pressão. Uendel invadiu a área e bateu cruzado, Tiepo salvou de novo. Aos poucos, porém, a Chapecoense foi se ajustando em campo e equilibrou as ações. Até o final do jogo, a melhor chance colorada foi um chute de Jonatan Alvez por cima do travessão. E só. Mas ficaria ainda pior. Aos 42, Bruno Pacheco cruzou na área, Everaldo dominou, deu um giro constrangedor em Moledo, e bateu: 2 a 0.
Nem a nova camisa, com o escudo vintage alusivo ao uniforme do tricampeonato invicto de 1979, deu sorte. Para quem não ganha o Campeonato Brasileiro há 40 anos, abrir o torneio com uma derrota não é exatamente algo que permita sonhar sair da fila.