ter, 14 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 11 e 12.01.25

Médicos cubanos que ficaram no RS relatam dificuldades para conseguir emprego

O acordo entre Brasil e Cuba, no programa Mais Médicos, do governo federal, terminou no ano passado. Mas alguns estrangeiros optaram por ficar no país. Cerca de 140 médicos cubanos vivem atualmente no Rio Grande do Sul. O problema é que muitos estão com dificuldade para conseguir emprego.

Para adquirirem autorização para exercer a medicina no Brasil, eles precisam ser aprovados em uma série de provas teóricas e práticas do revalida. O exame é uma exigência do Ministério da Educação para validar o diploma de estrangeiros.

“Todos os médicos estão procurando alternativas, porque precisamos de dinheiro. Sem dinheiro não podemos viver. Ninguém pode viver. Tenho colegas que estão trabalhando em farmácia, que estão trabalhando em outros ramos. E decidi continuar fazendo algo relacionado à medicina e estou fazendo tratamento de limpeza de pele, e tratamento estético não invasivo”, conta Yaser Rodriguez, que é dermatologista.

A última revalida começou em 2017 e terminou no início de 2019, período em que os profissionais estavam no programa Mais Médicos. Agora, eles esperam a abertura de um novo processo de validação de diploma estrangeiro.

“Imagina, estudamos mais ou menos oito anos para ser médico. Então, seis anos para fazer uma especialização e depois tu não vai fazer o que tu gosta? É muito difícil, depois que a família se esforçou para conseguir que o filho estude medicina…”, desabafa o dermatologista.

Yaser chegou para trabalhar no estado gaúcho em agosto de 2017 pelo programa. Mas, no fim do ano passado, ficou desempregado.

“Graças a Deus que tenho amigos que têm me ajudado, que abriram as portas de suas casas. Tive que ir morar com um amigo para poder ficar”, diz.

Três salões de beleza da cidade estão ajudando Yaser, emprestando uma sala e oferecendo os serviços dele para as clientes. A dona de um desses estabelecimentos, Cecília Rodrigues, conta que tenta ajudar como pode.

“Tenho filho que mora fora, que estuda fora, os netos também, então a gente faz pensando assim: um dia pode ser que um familiar meu esteja precisando de ajuda, fora do meu país. Então o que eu estou fazendo, estou pedindo para Deus que retribua para minha família o tão pouco que eu estou fazendo por ele. Se eu pudesse, eu fazia mais”, afirma Cecília.

Yaser não é o único nesta situação. Em São Gabriel, na Região Central do Rio Grande do Sul, 23 médicos cubanos viajaram para trabalhar no município desde 2014 até o ano passado. Sete decidiram ficar na cidade e não voltar para Cuba.

O médico cubano William Zaldivar Jorge trabalhou cinco anos nos postos de saúde e agora também está à procura de emprego.

“Eu, na realidade, não posso escolher muito. Eu vou começar a procurar algum serviço para fazer. Algo que eu possa incorporar algo de dinheiro, e satisfazer as necessidades básicas. Mas não tenho muita escolha. É simplesmente o que aparecer”, afirma.

Ele conta que o período pela espera do emprego não está sendo fácil. William é casado e tem uma filha pequena.

“É bem difícil. Psicologicamente tem dias que tu não está bem, tu não está alegre, não está motivado, tem outros dias que tu se sente péssimo, tem dias que tu se sente sem esperança, mas tem que juntar força de vontade e continuar”, acrescenta.

A dona de casa Marta Barreto, que foi paciente de William quando ele atendia no posto de saúde, fala sobre a admiração que sente pelo trabalho do médico.

“É maravilhoso, porque todos dão uma atenção como a gente merece, como ser humano. Eles não tratam a gente assim só com a caneta”, afirma.

É por demonstrações de carinho como esta que todos sonham em poder voltar a fazer o que realmente sabem.

“Sou médico, então isso é o que eu sei fazer”, conclui William

Fonte:  G1 RS

TCE-RS e Secretaria de Reconstrução do Rio Grande do Sul analisam projetos de concessão

Nesta terça-feira (14), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) recebeu a visita do Secretário de Reconstrução do Rio Grande do Sul, Pedro Capeluppi, na sede do Tribunal. O encontro teve como objetivo apresentar os projetos de concessão do Estado. Entre os temas observados pelo Governo Estadual, três estiveram em discussão. A resolução 1.157/2022 do TCE-RS estabelece que, sejam analisados