Os empreendimentos abrangerão os municípios de Sant’Ana do Livramento, Quaraí, Alegrete, Rosário do Sul, São Gabriel, Cacequi, Dilermando de Aguiar, Santa Maria, Itaqui e Maçambará
Apontada pelo atlas eólico gaúcho como uma das melhores áreas para a geração dessa fonte de energia, a Fronteira-Oeste receberá um reforço para melhor escoar a produção de eletricidade dos parques já existentes e futuras usinas naquela região. Uma série de obras de transmissão que serão feitas pela empresa Taesa deixará o sistema elétrico daquela parte do Estado mais robusto e com maior capacidade de deslocamento de energia. A companhia venceu em dezembro o lote 12 do leilão de transmissão realizado pelo governo federal, com uma oferta de R$ 58,9 milhões, deságio de 38,8% sobre a Receita Anual Permitida (RAP) estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Com o resultado, a Taesa ficou responsável pela implantação de 587 quilômetros de linhas de transmissão no Rio Grande do Sul (concentradas principalmente na Fronteira Oeste) e obras em cinco subestações. O investimento estimado nos complexos é de aproximadamente R$ 600 milhões. Os empreendimentos abrangerão os municípios de Sant’Ana do Livramento, Quaraí, Alegrete, Rosário do Sul, São Gabriel, Cacequi, Dilermando de Aguiar, Santa Maria, Itaqui e Maçambará. Pelo acordo de concessão, as obras precisam ficar prontas até março de 2023. No entanto, o presidente da Taesa, Raul Lycurgo Leite, espera que esse cronograma possa ser antecipado.
O executivo prefere não estimar um prazo porque essa questão depende de fatores como os licenciamentos ambientais. Sobre esse tópico, a expectativa do dirigente é que a licença prévia possa ser obtida ainda neste ano e a de instalação no primeiro semestre de 2020. Leite informa que o contrato das obras foi assinado no mês de março, mas a área técnica da empresa, conforme o executivo, já está trabalhando no projeto desde 3 de janeiro.
O executivo recorda que esses projetos seriam feitos pela Eletrosul, sendo assim os órgãos ambientais já estão familiarizados com as iniciativas. A estatal não conseguiu ir adiante com os trabalhos, devido a dificuldades financeiras, e as estruturas acabaram sendo relicitadas. “Esperamos que toda essa bagagem que foi construída lá atrás seja utilizada não somente em prol da Taesa, mas dos outros investidores que saíram vencedores (além do lote conquistado pela Taesa, outros três que continham obras no Estado e que seriam feitas pela Eletrosul foram arrematados por outros empreendedores)”, frisa. Leite admite que pode ocorrer a negociação com a Eletrosul quanto à aquisição de estudos na área ambiental e sobre a questão fundiária, entre outros pontos, para aproveitar o trabalho já feito, se houver sinergia com a área técnica da Taesa.
“Não tem o menor problema, inclusive de fazer o reembolso para eles, desde que haja pertinência”, comenta. Com as obras de transmissão no Rio Grande do Sul, deverão ser proporcionados 1.525 empregos diretos. Leite reforça que o foco será em empregar o máximo possível de mão de obra local. A Taesa é uma companhia exclusivamente dedicada à construção, operação e manutenção de ativos de transmissão, com 9.869 quilômetros em operação e 2.857 quilômetros de extensão em construção, totalizando 12.726 quilômetros de linhas de transmissão. A sede da empresa fica no Rio de Janeiro e, em virtude dos empreendimentos no Estado, Leite adianta que o grupo avalia a possibilidade de abrir uma unidade gaúcha
Matias Moura – [email protected]